sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

AQUI, AO PÉ DO RIO

Um dos bens mais preciosos que foram construídos no Concelho da Moita, desde que a democracia nos permitiu o poder autárquico, foi o parque Ribeirinho José Afonso, na Baixa da Banheira. Até então, em termos de ordenamento urbano, a Baixa da Banheira pouco mais era que um caótico amontoado de prédios, feios.

A construção do Parque trouxe um ar de graça a todo aquele lugar envolvente. E depois, do parque até ao interior da vila, foram construídos mais duas grandes zonas verdes, de muito bom gosto: uma que se estende até ao antigo cinema, agora Centro Cultural José Figueiredo; e outra, mais a norte, que se estende até ao Lavradio. A gente passa por ali de carro, circundando todo o Parque, e aquele ar de graça faz-nos mais felizes. São coisas destas, sem dúvida, que aumentam a qualidade de vida das populações.

Também é verdade que grande parte dos prédios agora ali construídos continuam feios. Será dos arquitectos? Será por se gastar pouco e vender por muito? Porque será?

Santos, Luis - Nós e o Rio. Alhos Vedros: Ed. CEAV, 2006

2 comentários:

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

O problema é esse: mesmo quando se dá um ar de graça, a construção dá o ar de "(des)graça". Constroi-se sem racionalidade, como fim em si, construir por construir. Quando a construção deveria ser pensada como um meio para a harmonização e humanização, isso sim, um fim legitimo.
Afinal para que é que se constroi? A construção de casas e lojas e seja o que for não serve para melhor contrubuir para a melhoria da vida das pessoas?
Ass: Luís Mourinha

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

É. O pessoal tem de se habituar a pensar não só em si, e nos seus particulares interesses, mas também nos outros e no mundo.
Tudo está ligado a tudo e os efeitos retroactivis pagam-se caro...

Luis Santos