Toda esta troca de ideias à volta do MFI trouxe-me à ideia uma cartinha que eu escrevi para alguns amigos, fez treze anos, e que depois viria a ter honras de edição. Agora, sem outra intenção que não seja a curiosidade, meto-a aqui por achar que o poema até vale a pena ser lido. Então, divirtam-se!
"Meus caros amigos
Como um amigo me disse que essa coisa dos partidos políticos o chateava um bocado, e como não pude deixar de concordar, penso que
É a hora
de começarmos a pensar, sem pressas, numa nova Ordem em Portugal, para exemplo do mundo. Uma nova Ordem que se preocupe, por exemplo, em trocar essas patetices das guerras e das violentas agressões à natureza, por uma maior qualidade de vida.
Como sabemos que as grandes mudanças não acontecem de um momento para o outro, temos de fazer um pouco como o rei João I quando se veio resguardar de uma peste para Alhos Vedros. Ou seja, pôr as coisas em marcha e esperar calmamente pelos resultados. Para ele foi a conquista de Ceuta, primeiríssima etapa dos Descobrimentos que haveria de virar o mundo ao avesso. Parece que tudo começou ali no Largo da Graça, no Palácio da Graça, onde nasceu e cresceu o Márinho da Graça, irmão do Manuel Tavares.
Ora, não sendo nós reis, nem pessoas de grandes ambições, bem pelo contrário, poderemos perguntar-nos por onde iremos começar, se isto é tudo tão grande e nós somos tão pequeninos.
Eu, por mim, e logo que fosse possível, propunha umas ligeiríssimas alterações ao hino nacional. Assim, nos dois versos em que se diz "ás armas, ás armas" deverá passar a dizer-se "aos sonhos, aos sonhos"; e no último verso onde se diz "contra os canhões marchar, marchar", deverá pôr-se "contra os canhões vamos votar".
O que é que vocês acham?"
15/5/94
Luis Santos
in, Do Convento. Setúbal: Livraria Uni Verso Ed., 1996.
sexta-feira, 25 de maio de 2007
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1 comentário:
Aceito a ideia: "Contra os Canhões, vamos votar".
Contra os Canhões, vamos lutar!
MFI
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