Sobre o Euro 2004 já todos os balanços foram feitos. Há, no entanto, uma pequenina coisa que para nós tem muita curiosidade, mas que quase passou despercebida. A “Roteiro”, nome atribuído à bola utilizada no Euro 2004, fabricada por uma famosa marca desportiva, obedecendo às mais avançadas tecnologias e às mais rigorosas exigências da UEFA, assim se designou, em homenagem a um célebre Português que se pensa tenha escrito o diário de bordo, da Viagem da Descoberta do Caminho Marítimo para a Índia, capitaneada por Vasco da Gama, no ano de 1498. Referimo-nos ao escritor Álvaro Velho, natural do Barreiro, e cuja memória se guinda ao futuro, por exemplo, na Escola do Ensino Básico do Lavradio que se faz registada com o seu nome. "Roteiro" foi precisamente o nome que o escritor atribuiu à sua grandiosa obra.
Ora, como na altura o Barreiro era um lugar do velho Concelho de Alhos Vedros, do qual só saiu, se a memória não nos trai, no ano de 1521, em carta de foral atribuída pelo rei alcochetano D. Manuel I, isso significa que a “Roteiro”, assim se designou em homenagem a um famoso Alhosvedrense, mas por todos nós esquecido.
Então, aqui temos todos um bom motivo de regozijo, dada a curiosa relação entre a bola do Euro 2004 e a nossa região que convém destacar, até pelo inédito feito que constituiu tal acontecimento desportivo. Como sabemos, nunca a nossa selecção tinha conseguido uma classificação tão distinta numa prova organizada pela UEFA.
Apraz-nos, assim, acrescentar mais um precioso elemento à nobre história de Alhos Vedros que, é verdade, tem andado nestes últimos anos tão mal tratada.
Luis Carlos
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5 comentários:
Sim, se formos lá longe à procura de origens remotas de pessoas de Alhos Vedros, pode ser que se consiga justificar que toda a gente é de Alhos Vedros. Talvez, com alguma esforço retórico e de criatividade se consiga justificar que Vaco da Gama seja de S. Lourenço, da parte da mãe ou por descendência do avô. Talvez, quem saiba a Joana D´darc seja lusitana e a pá seja de cortiça, construida no Cortiço da Bela Rosa.
Nos finais do século XV, ou mais precisamente no período em que foi escrito o "Roteiro", por Álvaro Velho, os limites territoriais de Alhos Vedros eram a Aldeia Galega (actual Montijo), Palmela e Coina.
É possível que esteja a comter alguma incorrecção. Não sou estudioso do assunto e muitas destas coisas que refiro sobre história local são muito na base do "diz que disse". Naturalmente que serão bem vindas todas as correcções que venham de gente informada.
Mas ao ser verdadeira a afirmação inicial, então não há dúvidas, Álvaro Velho terá nascido em Alhos Vedros. Também será verdade que o Barreiro, antes de ser constituído como vila por carta de foral, terá sido território que pertencia a Alhos Vedros.
É sabido que nos últimos anos da sua história mais recente, Alhos Vedros terá recebido gente de várias partes do país que migraram na perspectiva de melhorarem as suas condições de vida. Os que vieram do Alentejo designamos por Alentejanos, do Algarve por Algarvios, etc. Ora, os nascidos em Alhos Vedros designam-se por Alhosvedrenses.
Não consigo perceber qual é a tua dúvida...
Luis Carlos
Não é dúvida, é só uma forma/tentativa de promover algum debate. Aliás, parece-me bem a explicação apresentada. Os Outros Velhos eram a vila mais importante da Região, que (parece, não tenho a certeza)tinha como limites geograáficos a zona de Coina até à zona Galega (actual Montijo). Por essa lógica todos os povos circunscritos por essa região seriam pertença de Alhos Vedros.
Meu caro, a lógica é simples e é-nos imposta logo desde pequeninos, por exemplo, quando tratamos do Bilhete de Identidade. Naturalidade: Alhos Vedros. Quer dizer, quem nasce em Alhos Vedros diz que é Alhosvedrense...
Uma questão: Porque dizes Outros Velhos?
Luis Carlos
De origem latina, Alhos Vedros significa o lugar mais velho. era o que se dizia deste lugar, que era o lugar mais velho, entre outros. O que prova que Alhos Vedros é dos lugares mais antigos.
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