segunda-feira, 8 de outubro de 2007

MFI volta a perguntar...


No dia 6 de Fevereiro de 2008 serão comemorados os 400 anos do nascimento do Padre António Vieira.
Com uma vida passada, sobretudo, entre dois países, Portugal e Brasil, amigo dos índios, perseguido, julgado e preso pela Inquisição, o Padre António Vieira é uma das grandes figuras da cultura Portuguesa. A ele se deve, por exemplo, a profecia do “Quinto Império” que muito ocupou a mais alta intelectualidade do país durante o século passado, como foram, por exemplo, os casos de Fernando Pessoa e de Agostinho da Silva, entre muitos outros.
Bem, é verdade que no século XVII seria mais fácil falar no “Quinto Império” do que hoje, porque o império era bem real, com a colonização feita pela Expansão Ultramarina Portuguesa, iniciada no século XV e que se estendeu aos quatro cantos do mundo.
Ora, nós que muito pouco sabemos sobre toda esta coisa do “Quinto Império” e do Padre António Vieira vamos colocar algumas perguntas, porque pode ser que alguém tenha vontade de responder, ou até de colocar mais algumas questões:

- Quem é o Padre António Vieira?
- Porque vai para o Brasil?
- Porque se diz que era amigo dos Índios?
- Porque foi perseguido pela Inquisição?
- O que é o “Mito do Quinto Império”?
- Porque é ele tão caro a Pessoa e Agostinho?
- Serão os Portugueses o Povo Eleito?
- Mas a realização de um Império não implica opressão militar e subjugação pela força das armas? E isso é bom?
- Ou será que se falava de um Império de Amor e de Serviço?
- O Império acabou? E agora?

36 comentários:

jm disse...

(13 de Junho de 1654)


"Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm oficio de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou que a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem."

Início do Sermão de Sto. António aos Peixes

Estudo Geral disse...

Profetizar que Portugal vai construir na Terra o V Império, porque já tinham havido Quatro, depois de ele já estar construído, não tem, digamos, nada de muito especial, não fora o facto de ter sido declarado ao arrepio da Santa Inquisição´.

Por outro lado, ser amigo dos índios escravos e protegê-los contra o poder instituído dos colonos, naquele tempo, parece-nos sem dúvida coisa de um homem de coragem e de coerência de princípios, capaz de arriscar a própria vida na defesa dos direitos dos mais desfavorecidos.

Sabemos como é difícil hoje aos homens cultos dizerem aos nossos governantes que é uma vergonha nacional, a maioria dos imigrantes (embora não necessariamente) a trabalhar em Portugal serem sonegados de parte significativa dos seus direitos laborais, nas horas de trabalho, no vencimento, na segurança social, relembrando tempos passados.

Mas é evidente que isto dito hoje, pelo menos nalguns países democráticos, não tem paralelo com aqueles outros tempos...

Luis Santos

philos disse...

"A coragem é,
com o amor, o maior dos dons.
Todos nós somos
muitas vezes derrotados,
mas se aceitarmos
a derrota com optimismo,
se aprendermos com ela
e tentarmos um caminho novo,
esse caminho será o da nossa realização."
Rosanne Ambrose-Brown

Flávio M. disse...

Em todos os tempos existiram e existirão pessoas de coragem. Veladas na discrição da vida ou expostas pelo "status quo", simples ou complexas, pobres ou faustas. A justiça veste múltiplas indumentárias, mas desnudada profere decisões librianas, lembrando que ainda existe verdade no mundo. A excelência da fígura ímpar do P. António Vieira é a mensagem, a voz de coragem, a intemporalidade manifesta pelo seu espírito de igualdade e dignidade, o exemplo. E porque enquadrado num espírito religioso, entendeu que não existe "um" bem nem existe "um" mal. Apesar da visão "leibniziana" de que este é o melhor dos mundos possíveis, podemos construir sobre os insucessos, os desalentos ou as tragédias um mundo melhor.
A beleza do amor será certamente a mais sólida fundamentação.

Flávio Meireles

philos disse...

Este é o meu último contributo em "estórias de A. Vedros". Espero que nunca se cansem de dizer o que pensam. Obrigada e desejo que fiquem todos bem.

Teresa

A.Tapadinhas disse...

Este não é o meu último comentário no MFI. Perdoem-me, mas a bloguista Teresa, diz que deu o seu último contributo, sem qualquer explicação para assumir tal atitude. Nunca criticou quem blogava mal, ao estilo de outros que falando de vários assuntos ao mesmo tempo estão a pregar ineficazmente: para agradarem a todos desagradam a Deus. A mim, que não sou Deus (nem um Deus menor), desagrada-me que ela desista sem uma explicação... À semelhança de Vieira digo que blogar é como semear... e a Teresa ainda não acabou a sua sementeira!

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

"...,ao estilo de outros que falando de vários assuntos ao mesmo tempo estão a pregar ineficazmente: para agradarem a todos desagradam a Deus."

Caro Amigo Tapadinhas, pergunto se achas por bem explicitares melhor a tua afirmação, ou não?

mais abraços,
Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

Parece que os Portugueses estão bem longe de navegação espiritual. No entanto, temos os portugueses dos séculos XIII e XIV inscritos nas viagens para os Arquétipos do Amor.
Ilhas de um Imperador em estado de Criança. Camões, Vieira, Pessoa e Agostinho são Mestres das rotas deste intemporal que subsiste em nós.
Eleitos somos pelo paradoxo e pelo imprevisível. Se calhar, no conjunto encerramos um koan do Zen Budismo. Há bem pouco tempo apercebi-me de que o riso, o trovão, a música, a luz do sol e a meditação que faço me desvelam memórias e identidades... Descobri por exemplo na voz de Ana Moura, no Sevdalim da Turquia e no lindo povo do Curdistão algo de imenso que brilha.
É na rota deste brilho que islâmicos, cristãos, budistas e em especial os judeus de israel, que gostaria imensamente que tivéssemos tempos e fórmulas para sulcar. Depois de tão perto e tão longe -,A LUZ INTERIOR SERÁ A NOSSA MAIS PROFUNDA IDENTIDADE? (Não vale a pena o cansaço - Gauldim).

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Sempre belas e profundas reflexões as tuas com que nos brindas, meu amigo. Muito obrigado. Vê lá que eu ultimamente tenho andado a sonhar com um Reino de Homens donde o mel escorre efectivamente do peito. Luz.

Bem, mas antes de mais, deixo uma pergunta para melhor tentar perceber o que dizes: o que significa um koan do Zen Budismo?

Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

Um koan é um microcosmo que reflecte o maior mistério do Universo para aquela pessoa particular que o Mestre Zen tem pela frente. O Mestre instrui o discípulo com uma frase que é um autêntico quebra-cabeças, e pergunta-lhe a resposta daí a um tempo mais ou menos predeterminado. Depois, dá-lhe outro ainda mais parodoxal... A trovoada que provoca na mente do aluno retira-lhe toda a ilusão da existência da mente - Iluminando-a.
Para mim, Portugal parece um koan, visto de mais perto - é o microcosmo que reflecte o meu maior mistério, bom para curtocircuitar as ideias de pronto a pensar. Desta trovoada nasce um fulgor de luz, que empre agradeço ao meu país.(Gualdim).

A.Tapadinhas disse...

..."ao estilo de outros que...desagradam a Deus."
Estas palavras são de Vieira.
Como o final do comentário é um trocadilho. Vieira diz: "Pregar é semear". Fica a resposta a Teresa que disse ser o último comentário que fazia. Abraço.

Unknown disse...

Hi CEAV !

Transitando entre os vossos interessantes "blogs", deparei-me com a cisão duma (?) bloguista com quem troquei algumas alguns comentários únicos e gratificantes. "So is the life", mas ao encontrar novamente aqui o anunciar dessa dissidência, com algum retorno de dúvidas sobre a "foundation" acrescido o facto da contextualização da temática do P. António Vieira, tenho de afirmar que todas as vozes são úteis e distintas, todas anunciam algumas mensagens. "If the problem" se refere a algumas desavenças entre pessoas que se conhecem, apenas aconselho o diálogo e a clareza, pois não encontrei nestes dois blogs que visito qualquer incorreção ou descortesia.
"I know everybody is another", mas sem radicalismos a palavra é melhor génese da democracia.
Não desagradamos a Deus, porque Ele sabe que a verdade mesmo tardia, sempre significará o mais elevado sentido da nossa vida.
Thanks

Eduardo P.

Felicidade na Educação disse...

Quase sempre os dissidentes são pessoas inteligentes. Não desamparem as lojas, porque dão-lhes ar fresco - desejo-o por consideração a este melhor dos mundos. Depois de chegar a uma quase-conclusão sobre as verdades e a vera-cidade...pergunto se repararam na mensagem do 'Feiticeiro de Oz'? - Não se esgotem (Gualdim). Posso fazer uma provocação? - O que acham de colocar no topo do altar o sacrifício físico de um mensageiro de Deus? Lembra-me... uma tentativa de relembrar Osíris, para não falar de outros como no mito da criação Dogon, ou ainda a descrição de uma parte do X mândala do Rig Veda.

Estudo Geral disse...

Bem meu caro anglicano pouco estruturado, sr. eduardo p., vamos pôr as coisas assim:
Será a última vez que respondo a questões desajustadas face ao que se propõe conversar e, muito particularmente, a alguém que aparece de cara tapada.
Depois, não me misture a problemas que não são meus. A questão sobre o desejado 2º capítulo é exclusivamente sua.

Resta-me pedir um pouquinho de paciência aos participantes na conversa pelas palavras terem descido um pouco no nível pretendido, mas por vezes é muito difícil evitá-lo.

Felicidade na Educação disse...

Peço desculpa pela minha incapacidade de ser disciplinado e saír da norma conveniente.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Amigo Eduardo, deixa lá a disciplina e as normas, porque o teu nível de relacionamento, atenção, consideração, respeito,etcs., nas conversas com outros, revela-se acima de qualquer dúvida. Nós aqui no "Estórias" agradecemos, antes, a possibilidade da tua participação. Manda sempre.

Luis Santos

jm disse...

Nesta morada, http://www.vidaslusofonas.pt/padre_antonio_vieira.htm
encontramos respostas para a maioria das questões propostas.

Saúde

jm disse...

http://www.vidaslusofonas.pt/padre_antonio_vieira.htm

jm disse...

htm, por favor...

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Pronto, meus amigos, o blog é de todos e não é de ninguém, mas é sobretudo dos que nele têm participado.

O repto está lançado. Recordo-me que o amigo Eduardo Espírito Santo tinha avançado com uma provocação. Talvez fosse boa ideia consubstanciar a interrogação, traduzindo-a em miúdos, para que se pudesse abrir debate. Está para isso, caro amigo?

Naturalmente que o repto está aberto para todos. Vamos lá?

Luis Santos

Unknown disse...

Estimado Senhor (Luís Santos) !

Tomei conhecimento do vosso "blog" por uma pessoa amiga de longa data, com quem me cruzei na Rep. da Irlanda, e que marcou decisivamente a minha vida. O meu contributo reflecte uma parte de mim e o desencontro entre os "meus" condicionalismos e o seu propósito parecem obviamente diferentes.
Expressões de demérito como "cara tapada", "anglicano pouco estruturado", "não me misture a problemas", "questões desajustadas" ou mais indirectamente "falta de nível" são de grande deselegância e próprias de um espírito bem menos universal do que a doutrina que professa faria crer.
Perguntar-lhe-ia p. ex. de que problemas fala ou como pode julgar o nível daqueles que não conhece ?
Pareço irritá-lo. Como o colaborador Eduardo Espírito Santo apenas peço desculpa pela minha pouca estruturação de pensamento, pois sinto que estou a ferir tamanha erudição.
Não é necessário evitar mais as minhas palavras, pois também para mim será a última vez...
O meu nome é Eduardo Ilídio Ramos Pedro e nunca julgue aquilo que não sabe conhecer.
Curiosamente sem anglicanismos e todavia com educação.

Boa sorte e esqueça o poema, pois já entendi que não sou digno dum Mestre !

Eduardo P.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Caro Eduardo Pedro, as expressões que utilizei, quando a si me dirigi, foram uma forma de me defender ao seu comentário que começa por "Hi Ceav".

Nesse comentário teceu uma série de considerações, relacionando-as com a minha pessoa, sem que o assunto me dissesse respeito. Não gostei.

Talvez o tom da resposta fosse mais ofensivo do que o desejável e, se fui injusto, peço desculpa.

Mas não me parece haver razão para tanta comiseração. Ponha-se no meu lugar. Se uma pessoa que não conhece, se lhe dirigisse com determinado tipo de moralismo, envolvendo-o num assunto sobre o qual não tem responsabilidade, provavelmente também não gostaria.

Coloque-se no meu lugar e verá que as expressões utilizadas deixam de assumir a dimensão que lhes deu.

Posto isto, faço-lhe uma sugestão: Esqueça o assunto e mande o poema. Podemos ser amigos.

A sua participação no Estórias de Alhos Vedros tem tido inegável interesse e privar o grupo dos seus interessantes comentários, por uma má resposta minha, não me parece razoável. O CEAV não tem nada a ver com este Blogue. Mande sempre.

Luis Santos

Flávio M. disse...

Estórias,

perdoem-me o comentário, mas não é grato que a partir da eloquência da obra do P. António Vieira se transite para um diálogo de fricção. Independemente da natureza dos contributos do espírito intuitivo e feminino de Philos, da arte dialética de A. Tapadinhas, da irreverência de Eduardo ou da sátira didática das Estórias (Luís), a verdadeira comunicação faz-ne na gestão dainteracção e na harmonia de diferentes interpretações do mundo.
Sem questínculas amarradas ao individualismo, pois essas têm de ser resolvidas no âmago da razão e da emoção de cada um.

Flávio M.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Caro Flávio, como as interrogações feitas são da responsabilidade de cada um, e como a participação no "Estórias" se caracteriza por uma prática de liberdade, aconteceu assim...
A nós cabe-nos zelar pelo bom funcionamento do Blogue, o que nem sempre tem sido bem conseguido. Mas registamos com agrado a sua opinião.

Luis Santos

philos disse...

Hi estórias!

Esta é uma saudação parecida com a do Eduardo P., irreverente e provocadora. Voltei. Espero que o Eduardo não tenha desistido e que todos os outros estejam bem.Hoje "estou de rastos", com a vossa licença vou dormir. Amanhã há mais, ó Morais! Saudações interrogativas e bons sonhos.

Teresa.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Seja bem-vinda!

GeoDiver disse...

Cordiais saudações.

«O que é o “Mito do Quinto Império”?»

das várias questões, esta tocou-me mais.

Estou em crer que não se trata de nada relacionado com o imperialismo ... não será decerto, nenhuma sequência de impérios (tipo, houve o 1º ... depois o 2º...etc...até que se chegou ao 5º).
Decerto será algo mais, digamos, transcendental. Algo do foro da evolução de cada um, algo até muito simples, como uma espécie de comunhão com a Natureza, os seus elementos, ou pelo menos o reconhecimento e aceitação de que fazemos parte desse todo.

Mas enfim, espero também mais contributos. Logo se verá onde a troca de opiniões irá dar.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

O Mito do Quinto Império foi uma ideia desenvolvida pelo Padre António Vieira que o dava como um desígnio de Portugal e dos Portugueses. Eu muito resumidamente resumi-lo-ei como um Império de Amor e de Serviço. Faz sentido?

Luis Santos

philos disse...

O Amor faz sempre sentido e também eu precisava desta explicação, resumidamente resumida. Obrigada.
Teresa.

GeoDiver disse...

Cordiais saudações.

Tudo o que foi dito está certo.
Porém, continuo a acreditar que o chamado 5º Império é algo mais profundo.

Também estou convencido que é algo muito mais antigo que a época de António Vieira.
Acho que ele apenas "lembrou" determinadas verdades, aplicando-as a Portugal (e aos portugueses), sendo aquelas, intemporais, e aplicadas a toda a Humanidade. O chamado 5º Império, é apenas uma maneira de (re)velar outros conhecimentos.

Até à próxima.

Estudo Geral disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Estudo Geral disse...

Algo mais profundo? Decerto. Mas o quê?

Algo mais antigo que a época do Vieira? Quanto?

Que outras verdades? Que outros conhecimentos?

Unknown disse...

Estimado Luís Santos !

A existência é feita por vezes de caminhos bifurcantes e percebo que as próprias palavras, sem o contágio da presencialidade, possam encerrar em si uma dualidade de sentido. A vida é uma constante renovação e procura e a capacidade de nos perdoarmos é também uma meta por vezes difícil de alcançar. Reencontremo-nos no mundo das ideias pois todo o ser humano tem essa indelével capacidade de conseguir dar-se aos outros, pela desafecção do espírito. Só pelas obras nos imortalizamos e acredite-se ou não noutros planos da existência, o acidente e o acaso fazem parte da evolução e da ordem natural das coisas. Esqueçamos pois o negativo dos diálogos anteriores e prossigamos a nossa viagem escatológica pela compreensão do mundo.
Thanks e felicidades também para si

Eduardo P.

philos disse...

Hoje é um grande dia, aliás como todos na nossa existência.
"Hoje estou feliz e canto, só por causa ..." É uma canção da qual gosto muito. Então decerto curiosos e a interrogar-se: porque será?
E eu respondo. Porque todos "estamos" cá e o Eduardo P. voltou!!!
Talvez para me complicar a vida. Mas, não faz mal. Logo se verá. Cada "coisa" por sua vez.

Cumprimentos a todos.

Teresa.

philos disse...

"...Estão decerto ..."

GeoDiver disse...

Casa de estudos questionou «...Algo mais antigo que a época do Vieira? Quanto?Que outras verdades? Que outros conhecimentos?»

Bem ...tendo em conta que nos estamos a refeir a António Vieira, um padre, relembro que na mandala cristã, os quatro animais do Apocalise, estão simbolizados pelo Leão, pela águia, pelo Touro, e por um Homem com um livro; No centro dessa representação, está um cordeiro, o Agnus Dei. Passando para outro "patamar" poder-se-á relacionar estes animais com as quatro virtudes ditas por Zoroastro (ou Zarathrusta ...como preferirem). Assim, o Homem com o livro seria o Saber (o intelecto humano), o Leão com o Poder, a águia com o Ousar, e o Touro com o Calar (força concentrada do touro; Estes quatro passos, seriam os necessários para a realização da Opus - O Agnus.

Porém, o número cinco, é um algarismo muito particular na tradição mítica portuguesa...talvez seja coincidência, ou sincronia (segundo Jung) que os escudetes do nosso brasão sejam cinco. Este cinco - o quinto elemento - poderá ser a cosnciencia da alma imortal, o Ego imortal, a mente espiritual, sendo que os outros quatro, o quaternário da personalidade: o corpo físico, o corpo energético, o psiquico, e a mente concreta. Poderá assim tomar algum sentido a afirmação de Fernado Pessoa «No Quinto Impe´rio haverá a reunião das duas forças separadas há muito, mas há muito aproximando-se: o lado esquerdo da sabedoria - ou seja a ciência, o raciocínio, a especulação intelectual; e o seu lado direito - ou seja o conhecimento oculto, a intuição, a especulação mística e cabalística.»

Relembro também o significado que possuem as cruzes, a sua relação com o cosmos (como a suástica) ou pura e simplesmente cada um dos seus braços (apontando para os 4 pontos cardeais) mas harmonizando os quatro elementos da Natureza...sendo o quinto elemento, o motor imóvel, a raiz do movimento...Talvez não tinha sido por acaso que os Templarios escolheram aquela cruz como símbolo. O interessante é que para fazer aquela cruz, geometricamente dum modo correcto, são necessários 5 círculos em interligação, sendo ue o círculo central, raramente percepcionado, mas ele está lá!

Teriam alguma razão Platão Pitágoras ao vedarem acesso às Academias, quem não entendesse de Geometria

Talvez o padre apenas ele estivesse a "preparar" as mentes para que as pessoas de então se consciencializassem do Novo mundo que os "descobrimentos" estavam a abrir.

Enfim, qual é a verdade, e o que é a verdade....


Puras especulações, embora sejam excelentes exercícios de intelecto o que fazemos na vã tentativa de a alcançar (a verdade).