domingo, 21 de outubro de 2007

O Movimento das Forças Interrogativas avança...

Boas!
Uma sugestão.
Já que na passada 4ªFeira foi o dia Internacional da Erradicação da Pobreza, porque não lançar um debate sobre o assunto?
Porque será que a taxa de natalidade está a baixar em Portugal?
E existindo tantas pessoas a morrer à fome, nomeadamente crianças, não as poderíamos adoptar, para compensar a falta de crianças?
Não seria já um bom começo?

Teresa

19 comentários:

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Claro que não! Disparate!
Mais vale comprar armas novas para as Forças Armadas. Melhor ainda: comprar novas viaturas para os Directores de serviço. Prioritário ainda: investir nos salários dos gestores públicos.
Isso sim, isso é que engrandece o Estado. Quanto mais se dá ao povo mais ele gasta. O povo já está habituado à pobreza. Nada de criar maus hábitos e gastos superfluos. Foi o que se fez aos funcionários públicos; já nem pestanejam. Estão caladinhos. Habituaram-se aos maus tratos.
Pobres?
Ah isso é subjectivo! A pobreza é subjectiva. Os gajos dizem que têm fome, mas isso é percepção desfigurada da realidade. Têm emprego, mas não ganham o suficiente (dizem eles). Pura subjectividade! Disparate!

Pobres mas honestos, já lá dizia o Pai da Nação, em tempos idos.

Felicidade na Educação disse...

Duas razões, a meu ver (haverão muitas mais) impelem as nações e as pessoas para a pobreza a nível colectivo e individual: negligência espiritual, ética e estética, ou seja - NÃO DAR DE SI, não servir o outro; e más práticas de prejuízo de outrém... no comportamento económico do quotidiano. Muitos Mestres como Pietro Ubaldi, falam-nos do karma acumulado na vida das nações, umas mais outras menos 'esclavagistas modernas'-,agora neocons...
Outra coisa: - Não confundir vida em simplicidade com pobreza...
A primeira é o caminho para a riqueza, mesmo que esta transborde de primarismo (bens, serviços, dinheiro). A segunda é o caminho para a primeira, numa abordagem não-economicista(revolucionária,transcendental)da realidade, claro, se nos dispusermos a isso (...incrível).-,Riqueza é a ABUNDÂNCIA que se traduz na auto-realização dos indivíduos :)
Por outro lado, AS ENTIDADES QUE TÊM CONHECIMENTO PARA ERRADICAR A POBREZA E BLOQUEIAM CONTINUAMENTE OS PROJECTOS PELA SUA ERRADICAÇÃO SÃO CÚMPLICES DESTE CRIME CONTINUADO DE LESA-HUMANIDADE, para estes, o sofrimento institucionalizado via das suas crenças hobbesianas é uma forma de as pessoas dependerem exemplarmente da sua liderançam e punição (vide flexisegurança em
Portugal), do seu controlo social e poderes vampirescos de sanguessugas. Na Educação, Saúde, etc., a autofagia do sistema continua, e o pessoal anda sob a mesma estulta batuta, até um deslumbrante dia destes... Gualdim.

A.Tapadinhas disse...

850.000.000 de pessoas passam fome num mundo onde o desperdício impera.
Contagem de segundos 1,2,3,4,5,6 e...7! Morreu mais uma criança com menos de 10 anos!
Menos palavras, mais acções!
Hoje, porque estou muito sensível, se me bater à porta um pobre, eu dar-lhe-ei o que ele precisa. Amanhã, não sei...
A.T.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

...e eu pergunto : Porque o povo português é aparentemente tão mal informado? Então Portugal não está entre os países com maior liberdade de imprensa?
É que a manchete da pobreza em Portugal (2 milhões depobres em Portugal?)pode impressionar mas não compromete. Quais as razões da pobreza? Adotar uma criança!!! Será solução ou paliativo?Mais uma boa manchete: Famílias portuguesas resolvem a erradicação da pobreza e a baixa natalidade adotando crianças! Piada mesmo.
Será que os portugueses conhecem a Constituição Portuguesa? direitos e deveres?

Perguntas?

Respostas?

O movimento das forças interrogativas encontrará as respostas.

Margarida

philos disse...

Margarida:
Respeito a sua opinião e reconheço que sou muito visionária e utópica. Além disso a minha inteligência é bastante insignificante. Não julgue aquilo e aqueles que não conhece.
Seja muito feliz e construtiva na sua vida. Fique bem.

Teresa Nunes.

philos disse...

O povo português? Não generalize e crie estereótipos, por favor.
Constituição da República? Direitos e deveres? Felizmente tenho interesse e estou devidamente informada. Tal como referiu um comentador que desapareceu (Eduardo Pedro), quase poderia dizer que a incomodo. Porquê? Gostava de saber, principalmente porque amo a verdade. E coloco-a acima de tudo.
Que fazem algumas pessoas no seu dia-a-dia para minorar o sofrimento dos outros? Mesmo até os da sua própria família? Muitos, nada. Olham para o seu próprio umbigo. Nem a solidão e necessidade dos filhos os comove. Eu mereço, eu estou primeiro. A seguir estarão os outros todos. Se alguém pedir um copo de leite, umas sandes ou um bolo, porque tem fome. Sabe o que faz a maioria das pessoas? Vira a cara. Para não se incomodar com o sofrimento dos outros.
Graças a Deus, que eu nasci, sou e serei sempre diferente. Sou melhor? Não sei. Estão cá os "outros" para ajuizar.
Fiquem Bem e em paz.

Teresa Nunes.

Felicidade na Educação disse...

Gostei do tom da Teresa. A imprensa... imprime. Os povos nadam na impotência e na informação espectáculo...O sistema hobbesiano vira a cara ao outro,quando se ajeita no politicamente correcto, sem vontade política de incentivar a genialidade escondida das pessoas... para as des-envolver, pois pode ser ultrapassado, acontece que em Portugal os criativos têm muitas dificuldades... tradicionalmente.

O Tempo de reflexão é muito importante, mas as pessoas não têm tempo... Sem isto não vejo saída.
Fazer a ligação entre as coisas, náo é tarefa fácil... até há quem desista, por uma economia à maneira:)

Khalil Gibran, poeta libanês: 'A maior miséria é o medo da miséria'

NOTA: Não deitem a água do banho fora com o bébé lá dentro!(provérbio inglês)
Choque de ideias sim. Choque emoções, não... (obrigado). Gualdim.

philos disse...

O MFI faz interrogações, certo? Os participantes tentam encontrar vários caminhos para a Verdade, visto que existe a verdade, em si mesma, não é?
Não estamos aqui a trocar ideias, para arranjar uma solução, mas se fosse o caso, talvez várias, certo?
Desculpem. Só queria ter alguma certeza daquilo que se pretende aqui fazer. Além disso pensei que os convidados fossem por "estórias de alhos vedros" mais, como direi... respeitados, talvez.
Não estou aborrecida, apenas não gosto de equívocos e não pretendo ferir ou impor as minhas ideias a ninguém. Pelo contrário gosto de respeitar, para ser respeitada e as posições dos outros, não me incomodam, desde que não me ofendam. Tal como A. Tapadinhas, também sou apologista de menos conversa e mais acções, mas não o imponho a ninguém. Quando não tenho voluntários, faço as minhas "obras" sozinha.
Mil desculpas por tanto palavreado.
Fiquem bem e em paz.

philos disse...

"...visto que não existe a verdade, em..."

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Visitei o blog e gostei.

Nadia Chaia

Flávio M. disse...

Penso que o mote temático sugerido se enquadra na importância dos pequenos passos para conseguir grandes mudanças. O contributo começa na consciência individual, e a nobreza dos gestos medeia entre a simplicidade embaraçosa dum donativo e a decisão magnânime e emocional directa (combater a pobreza no seu próprio terreno).
Volvendo às forças dirigentes e à génese do consumismo, somente duas notas: a ausência de coragem em fazer das campanhas de erradicação da pobreza, prioridades da governação das nações (contrariamente ás linhas de força anamórficas do "progresso"); o encapsulamento (embora com excepções) sob as máscaras da ética e da responsabilidade social, das iniciativas dos grandes vultos empresariais multinacionais, distribuindo a riqueza em proveito próprio e minorando a pobreza com dádivas que buscam o sempiterno retorno inflamado no ósculo do consumismo.
Faltam às grandes causas pequenos intérpretes e ao homem moderno a energia e a nobreza da solidariedade.
Não se remeta integralmente para o colectivo o que a generosidade e os ideais individuais podem antecipar.

Flávio M.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Só agora consegui chegar, emboa tenha vindo a acompanhar... obrigações profissionais. Se calhar, em parte, é por estas devidas obrigações que o problema em causa tarda em resolver-se. Será?

Ao cruzar-me com o "Prós e Contras" da rtp1 tive a possibilidade de ouvir um conjunto de bons comentários sobre a pobreza, um problema gravíssimo do País que envergonha o Presidente da República!!!

Pude concluir que há unanimidade quanto à necessiade de combater e resolver o problema. Mas como?

É aqui que surgem algumas diferenças políticas entre os agentes sociais... Todos de acordo que a solução é multi-factorial: necessiade de compromisso do Estado, políticas sócio-económicas (e macroeconómicas) adequadas,
maior consciência cívica de todos - e logo também de políticos, patrões e sindicatos (educação).

Constatar que 19% da população é pobre e 2/3 dos pobres são desempregados e empregados de baixos salários (o que é espantoso). Dizer que não fazem parte das estatísticas os endividados pelo crédito bancário, o que no dizer da DECO são muitos.

Reconhecer que se faz um bom esforço no país em termos de solidariedade social, mas que não existe alternativa a ter de se fazer um esforço maior. Temos de resolver o problema desses 2/3 o mais rápido possível para logo atacar os outros. É, em grande parte, um problema de agenda política.

Saber que no mundo o problema assume contornos muito maiores entre os países menos desenvolvidos e que devemos participar activamente na definição de políticas macro-económicas (como ajudar a concretizar os objectivos das Nações Unidas que pretendia em 2000 a redução, a curto prazo, da pobreza para metade...).

Nós por cá, estamos como estamos, e não há milagres. Temos muitas limitações e muito por crescer. Mas lá chegaremos, creio. Temos é que nos pôr a caminho... mas como? E para onde? Onde queremos chegar?

E já agora, enquanto vamos pensando nos pobres do mundo e do país, digam-me lá algumas coisas que eu possa fazer para ajudar os pobres que tenho aqui ao pé da porta. Por onde devo começar?

Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

A solução de um problema não se faz ao nível do problema.
A solução mais eficiente que eu conheço a nível macro passa por 7 projectos simultâneos a nível global que podemos consultar:

www.globalfinancialcapitalny.org

A nível micro fui voluntário numa organização durante cerca um ano no Vale da Amoreira. Se quiserem dou-vos o telefone do Marcos que está a dirigir vários projectos de uma Associação que se chama VOZ do AMOR, que não se reduz ao aspecto material da pobreza, mas à sua génese mais profunda, que reside na depressão cultural e espiritual/educacional em que vivem milhões de seres humanos, alguns mesmo nos bairros periféricos da nossa vizinhança.

A síntese que faço da minha experiência é que a violência é a nota principal no dia a dia das pessoas e, que os pobres de hoje não têm nada a ver com 'os pobrezinhos' do Guerra Junqueiro.

Estudo Geral disse...

Bem me parecia que o problema não era exclusivamente externo, também é (e será) interno.

Para quem ainda não viu tem um pequenino vídeo no blog das edições ceav alusivo ao tema da pobreza que está muito engraçado.

Luis Santos

CIDE disse...

Uma só palavra: distribuição equitativa de bens e de riqueza.
Será esta a solução? Provavelmente!

Um dia quando perguntaram ao ambientalista (já falecido)Jack Costeau, qual o maior problema ambiental dos nossos tempos, ele deu a resposta mais improvável. Todos esperavam uma prelcção sobre a poluição; mas ele respondeu: o maior problema da actualidade é a desigualdade social e económica (fosso entre ricos e pobres)e o desiquilibrio entre zonas do globo com excesso de população e outras sobrepovoadas.

Dá que pensar, não dá?

Luís Mourinha

philos disse...

Se dá, Luis, se dá.
Uma constatação aparentemente simples, real e eficaz, em termos de avaliação de uma realidade inquestionável.
Cumpts.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Costeau, tinha percebido, antes de nós percebermos, que o Homem era (e é) o pior inimigo de si próprio e do ambiente (do qual faz parte).
Por isso, a pobreza não é um problema dos outros, mas de cada um de nós.

Luís Mourinha

philos disse...

Plenamente de acordo. Claro que um problema social, tal como a pobreza é de facto um problema de todos. Se não estamos inseridos, dever-nos-íamos envolver, de modo a dizer a tentar minorá-lo, para não dizer erradicá-lo.

Cumps. Teresa.

philos disse...

Acho que o sono e o cansaço, já me faz dizer, dizer ...