sábado, 27 de outubro de 2007

banco de jardim sem flores...


banco de jardim sem flores e com poucas árvores, embora algumas delas centenárias como que a pedirem para colocarem lá mais algumas...
(foto de Luis Santos)

24 comentários:

philos disse...

Arranjarei tempo para colocar lá algumas flores, se assim o desejarem. E porque não também algumas pequenas árvores? Depressa crescerão e darão sombra, oxigénio e bem estar. E quem sabe, não será bom sentar para descansar e conversar?!

Estudo Geral disse...

"– Planto uma semente e ela cresce, floresce e dá frutos; embora quem a plantou seja esquecido, a planta não o será, pois o fruto de uma árvore tende a ser sempre mais atraente para o ignorante do que a própria árvore..." (in, Um Habitante de Dois Planetas, segundo me disseram)

Flávio M. disse...

Deixo-vos um pequeno texto pessoal ( A árvore) de adolescência como forma de colaboração:
"Aquiesci em revisitar as áleas da infância; as árvores permaneciam verticais e dignas, procurando a verdade no oceano celeste da minha estupefação. Bastava uma mão calorosa na terra da boa vontade e a árvore erguia-se forte e convicta; no caule o caminho dos homens, as folhas como palavras soltas aspirando liberdade, das flores a amizade, e no fruto do ventre a dádiva do amor."

Flávio M.

Estudo Geral disse...

Puxa Flávio, em palavras destas não há jardins sem flores. Aqui a palavra eleva-se e revela uma escrita profunda, sábia, que nada a fica a dever às grandes escritas, dos grandes clássicos, ou não. A mim trouxe-me a imagem do Herman Hesse, um dos Nobel da literatura.

philos disse...

Quem falou em Herman Hesse? Elogio da Velhice, Siddartha ...
"Ler um livro é para o bom leitor conhecer a pessoa e o modo de pensar de alguém que lhe é estranho. É procurar compreendê-lo e, sempre que possível, fazer dele um amigo."
Hermann Hesse

CIDE disse...

Um Banco de Jardim sem Flores é como um Homem sem chifres e como uma mulher sem seios (vulgo: sem mamas).
Que me desculpem o vernáculo, mas o Jardim principal da nossa terra(outrora verde)é como uma mulher "eunuca" e um homem sem tomates e com os devidos cornos decorativos.
Discutivel, mas inquestionável:

- não há Jardim sem flores e áravores. O espaço está melhor organizado, mas falta o verde. Faltam os Chifres, que dão cor à vida, salvo seja, porque nenhum Homem gosta de ser apetrechado de tamanhos eventos. Mas os Jardins não se fazem de neons, de bancos, nem de cimento. Precisam de decorativos ambientais, que dão cor à vida e relevos mamários.

Acho eu, sei lá!

Luís Mourinha

philos disse...

Luis M.
Confesso que fiquei baralhada, com a mistura de jardins, chifres, árvores, relevos mamários (vulgo: seios), etc., etc..

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Philos, também eu fiquei baralhado. Mas deixei a escrita fluir. Fluiu! Escorreu (tal como agora), mesmo sem o meu próprio controle. Misturei ausências e presenças desmesuradas de protuberâncias desejáveis e algumas indesejáveis. O que eu queria dizer, era que um Jardim é um jardim e por isso só pode ser jardim. Sem mamas ou chifres, um jardim é corno ou assexuado, mas não é jardim.
Passo a metáfora(s)e a loucura das minhas palavras. Mas sem loucura não há escrita. Loucura sem escrita é como jardim sem árvores.

Porra, já chega!

Um abraço!

Luís Mourinha

Estudo Geral disse...

Deixar fluir é bom, não tem nada de mais. E olha senão gostaste do que escreveste, eu também não gosto da foto que publiquei, mas pronto, fluiu em desabafo. Obrigado pelo comentário.

philos disse...

Que flores pretendem? Rosas, malmequeres, buganvilias, maravilhas, cravos, arbustos floridos, ou...?
Tenho todas estas que enumerei e muitas mais, é só escolher. Que pretendeis que se faça? Chegamos a conclusão, ou não?

Desculpem, mas começam e ficam-se pelo caminho e definitivamente "isso", não faz o meu género.
Se querem flores, digam e elas aparecem, ok?

Abraços.

Teresa.

philos disse...

Luis M.

Pode e deve deixar fluir a poesia que existe dentro de si. O eu me baralhar é decerto o pormenor, aqui menos importante. Acredite que depressa me "desenbaralho". E quase escrevia um palavrão, com tanta fluidez, o que também não faz o meu género. Isto deve-se à criação e loucura literária, decerto.

Ó, homem, desabafe, senão ainda morre engasgado!

Deixe fluir, depois logo se vê o resultado, da loucura. O que der, deu, no bom sentido do termo, claro. Decerto já tem idade para ter juízo, como vulgarmente se costuma dizer.

Fique bem.

Estudo Geral disse...

Não se podem plantar flores nos jardins públicos, muito particularmente naqueles que só têm lajes de cimento e não têm canteiros.

philos disse...

E para que servem os vasos, as floreiras, etc.?

Também não podem ser lá colocados/as? Não se pode pedir para que lá coloquem algumas flores, nem que sejam coladas ao chão, dentro dos respectivos vasos, claro.

CIDE disse...

Ó Philos, sabe lá a minha idade. Aqui a minha idade tem o tempo daquilo que escrevo. Tem a poesia (se tiver) e que os leitores / interlocutores possam descobrir.
Se é pessoa para se desenbaralhar é cá das minhas. Mas, concorda comigo(?): um pouco de loucura até faz bem. Faz bem à alma e ajuda a fugir à banalidade.
Deixe-se fluir! Flua!

Deixe-me lembrar o Elogio à Loucura do grande Erasmus de Roterdão. Este génio renascentista escreveu um Livro com este nome. Entre outras coisas, ensinou que a loucura é a mãe da inovação. É com loucura (quando se pisa o risco)que se faz Ciência e se faz Arte.

Concorda?
Se não concorda, faça o favor de me atropelar com a s sua inquietações (atropelar, salvo seja).

Luís Mourinha

Felicidade na Educação disse...

Isto aqui tá bué.

Estudo Geral disse...

Philos, uma mulher assim com tantas e boas flores é como a luz de um campo de luzernas em plena Primavera. Velarei para que as nossas flores não deixem de ser colocadas no tal jardim...

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Caro amigo Luís. Quem diria? Como é que uma foto que publicaste, da qual nem gostas muito... um banco banal, feio, isolado, frio e desinteressante, provoca uma tamanha participação?
Quem poderia imaginar, que um banco insignificante poderia provocar reflexões tão profundas e outras tão próximas da vernaculidade?

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Esqueci de dizer: Parabéns Luís pelo teu Banco.
Logo que possas, planta uma árvore. Pode ser uma árvore literária.

Obrigado!

philos disse...

Isto aqui tá bué!?
Eu acho que vou mas é "pirar-me" daqui! Com tanto hot, hot, hot, ainda tenho mas é de chamar todas as corporações de bombeiros do país e quiçá de Espanha! Apre! Escova-te!

Mas será que um banco do jardim pode provocar tanta loucura assim!?

Teresa.

Unknown disse...

Parece-me desolador p local dess jardim de Alhos Vedros !
Descubra-se a terra, amanhe-se a preceito, escolham-se as boas sementes e cudie-se da Obra !
Afinal, cada um terá o jardim que merece !

Eduardo P.

philos disse...

Luis M.

Já fluo há muito tempo. A maior parte das vezes, comigo mesma.

Quanto a atropelá-lo, será difícil, pois não tenho instintos tão grandes de agressividade. Talvez um "encosto", apenas para assustar, atropelamento, jamais.
Em relação a si, não tenho qualquer intenção de atropelo, acredite.
Em relação à loucura, uma pitada, nunca faz mal a ninguém, em doses q.b..
De vez em quando, até docemente, chamam-me louca e eu curiosamente, sinto-me feliz assim. Às vezes ouso fazer, o que outros não fazem, no bom sentido do termo. Se isso é loucura, não ter medo de nada, nem de ninguém. Então eu sou completamente uma louca muito diplomática.

Fique bem. Teresa.

CIDE disse...

Ainda bem! Assim fico mais descansado em saber que a sua intenção não é agressiva.
Sendo assim aceito um atropelo amigável ou, em alternativa, um encosto.
Aliás, o que nós fazemos aqui são verdadeiros atropelos literários. E isso acho que vale a pena. aliás, essa é a vocação do MFI: atropelar as mentes mais acomodadas.

Um abraço Interrogativo,

Luís Mourinha

Joao Augusto Aldeia disse...

Não me lembro das flores, mas recordo as tâmaras longínquas, penduradas na grande palmeira, requerendo dose de pedras certeiras para uma colheita mínima do estranho fruto de sabor difícil. Fruto desejado. Um dia alguém fez uma limpeza à árvore, deixando junto ao tronco cachos de tâmaras, centenas delas: ainda provámos, mas não sabiam nada bem naquele dia em que não fora preciso lutar por elas, contra a distância que nos devolvia as nossas próprias pedras e a vila que vigiava a ousadia das amostras de gente, tal como a coluna policial vigiava a vila.

Estudo Geral disse...

Pois é, caro amigo. No tempo em que havia três palmeiras. Mas é bem versade que algumas coisas se perderam e outras se ganharam... Por detrás das deliciosas tâmaras espreitava-nos também uma indesejável guerra que tantos maltratou.

Abraço grande,
Luis Santos