sexta-feira, 11 de abril de 2008

Alhos Vedros: Uma Vila com História


de El Rei D. João I a Afonso de Albuquerque, Governador da Índia

“É conhecida e muitas vezes citada a estadia de D. João I em Alhos Vedros, em 1415, pouco tempo antes da expedição a Ceuta. Segundo a “Crónica da Tomada de Ceuta” (de Gomes Eanes de Zurara), o rei de Boa Memória estava em Alhos Vedros, refugiado da peste que vitimaria sua mulher D. Filipa de Lencastre. Com ele estava o seu filho D. Afonso, conde de Barcelos.
(…)
Sabe-se que, por esse tempo, o senhor de Alhos Vedros era Gonçalo Lourenço de Gomide, que veio a falecer em 1422 e foi sepultado no Convento da Graça, em Lisboa, onde ainda se conserva o seu túmulo. De facto, o Convento da Graça tinha muitos bens em Alhos Vedros, os quais integravam a chamada Quinta da Graça.
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Esse fidalgo (Gonçalo Lourenço) legou o senhorio de Alhos Vedros ao seu filho João Gonçalves de Gomide, o qual viria a ter um destino trágico. Tinha casado com D. Leonor de Albuquerque, mas cerca de 1437, num acto de loucura, matou a mulher e acabou por ser condenado à morte por degolação.
Os bens de João Gonçalves passaram para a coroa e os filhos não quiseram usar mais o nome do pai e obtiveram autorização régia para usar o apelido Albuquerque.
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Um dos filhos de João Gonçalves, de nome Gonçalo de Albuquerque (que ficou com os direitos de Alhos Vedros) foi conselheiro de (rei) D. Afonso V e senhor de Vila Verde, tal como seu pai e avô, veio a casar com D. Leonor de Meneses. Deste casamento houve três filhos varões: Fernão, Luís e Afonso de Albuquerque (1462?-1515), o conhecido governador da Índia, e uma filha: Isabel de Albuquerque.
(…)
Como administrador dos bens, Afonso de Albuquerque deixou o seu filho natural Brás de Albuquerque que legitimou. Mas num 2º testamento, feito em 1515, passou para primeiro lugar na administração do vínculo D. Isabel de Albuquerque, sua irmã.
Afonso de Albuquerque faleceu nesse ano de 1515 e foi sepultado na capela do Convento da Graça, mas anos mais tarde o seu filho Brás levou as ossadas do pai para a Quinta da Bacalhoa, em Azeitão.
Os Albuquerques continuaram na posse de significativos bens em Alhos Vedros(…)."

VARGAS, José Manuel (2007) Aspectos da História de Alhos Vedros (Séculos XIV a XVI). Edição Junta de Freguesia de Alhos Vedros.

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