quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Tem cada uma o MFI...


Ontem estive com o meu amigo Jorge. Jantámos juntos. E disse-me ele:

"O pessoal come demais. Já reparaste que bastava eliminar a carne e o peixe ao pequeno almoço e ao jantar para reduzir a mais de metade o sacrifício animal?"

"E como podia eu deixar de concordar?!"

E vocês? O que diriam?

Luis Carlos

16 comentários:

Unknown disse...

Concordaria.
Todos temos consciência dos benefícios para a saúde e do respeito pela vida que daí adviria.
Infelizmente somos escravos dos hábitos e a "legacy" cultural cristaliza-nos, pelo que é fraca a vontade para a mudança. Semeemos a doutrina e sejamos apóstolos pela praxis.
Thanks

Eduardo P.

Estudo Geral disse...

A alimentação tradicional que temos por cá tem séculos atrás de séculos. Ora, se nós somos também o que comemos, então estamos bem cristalizados naquilo que somos. Ou não?

Com o tempo tudo muda, até os hábitos alimentares. Mas tem mudado devagar e não necessariamente para melhor. É verdade que nestes tempos que correm está tudo a mudar mais depressa, embora como sabemos o espaço que passa e o tempo que mede dependa do posicionamento de quem observa...

Ao lado da alimentação tradicional podemos pensar numa alimentação... vegetariana. Mas logo algumas perguntas se vão chegando:

1) Será que depois de tantos séculos a comer mais do mesmo, se deverá (e poderá) mudar de um dia para o outro?

2)E que alterações no comportamento, e na saúde, poderemos esperar?

3) Será uma alimentação vegetariana ( à boa maneira dos carneiros, dos cavalos e dos elefantes) mais apaziguadora para a mente, o espírito e a alma?

Eu comprometo-me com o Eduardo. Sejamos as próprias ideias. "Semeemos a doutrina e sejamos apóstolos pela praxis".

Até logo.

Felicidade na Educação disse...

A mudança alimentar deve ser acompanhada por conhecimentos sólidos. Sou lactovegetariano há 26anos e fiz um ano de transição. Tenho acesso igual à alimentação dos 900 milhões de hindus, que inclui manteiga clarificada (ghee)que protege eficientemente os vegetarianos de qualquer descompensação e está indicada pelo AYURVEDA. Muito do mau karma que renovamos diariamente seria desbastado por esta revolução pessoal.

philos disse...

Voltei!

Tenho muitos animais, mas nenhuns que possam ser comestíveis, pelo menos no Ocidente. Isto porque jamais seria capaz de matar, para comer a seguir.

Não há sentimento para mim mais estranho que aquele que sinto ao ver um animal vivo e a seguir vê-lo morto. A ausência de vida, de um momento para o outro deixa-me... Nem sei explicar direito, mas pronto.

É talvez absurdo. Mas, que direitos tenho em relação à vida ou morte dos outros animais, ditos irracionais?

Quando criança fugia " a sete pés", para não assistir à morte dos animais de criação, pois quase morria de angústia. E era uma tragédia grega, romana, uma qualquer, quando chegava a hora da refeição.

A minha pobre mãe sofria um demorado interrogatório, até apurar o animal cozinhado, a origem , a identidade e mais não sei quantas "coisas". E no final acabava por não comer, de embaçada que ficava, de saber que aquele animal eu tinha visto nascer, brincado com ele e ainda há bem poucos minutos andava por ali aos pulos, feliz da vida.

Como não comia, parecia ter um ano a menos, mas isso pouco me importava, era para o lado que dormia melhor!

Ainda hoje não me convidem para assistir à morte de um animal, muito especialmente um porco, à boa maneira tradicional. Acho que batia a quem tivesse a ousadia de me convidar, para tal horror.

Se dependesse de mim, todos comiam legumes, frutos, derivados do leite e por aí fora. E também não me convidem para ir à pesca. Está aí outro tormento. Acho que apanhava os peixes com uma rede, olhava-os e mandava-os de novo para a vida deles.

Bem, vamos lá a ver o que vou passar a comer de hoje em diante!

Teresa.

Felicidade na Educação disse...

Expressão muito viva a da Teresa... (logo) como digerir os corpos dos nossos irmãos animais?

...sem o recurso a rituais como na comensalidade dos chamados povos primitivos caçadores em que pedem à espécie um dos seus membros mais fracos... o mesmo se passa para abater uma árvore.

Pior do que isto ( matança do porco) é a cruel industrialização taylorista dos animais hormonizados para lucrar massivamente com a ignorância dietética das massas nas grandes superfícies da voracidade insana, desumanizando-nos nesta bestialidade compulsiva que a pub organiza: 'Liberta a tua fera - Já lá dizia o Adolfo!...

é o grande Satã... dizem alguns, (e eu também :)).

Estudo Geral disse...

Amigo Eduardo, uma dúvida: Os Indus, embora não comam carne de vaca e comam ghee, não se pode dizer que sejam vegetarianos, pois não?

Luis Santos

philos disse...

Eduardo E. S.

Nunca lhe expressei o quanto lhe estou grata pela sua simpatia, mas nunca é tarde. Obrigada.

Teresa.

Felicidade na Educação disse...

Os hindus são de uma religião que não faz proselitismo. Por exemplo eu não sou hindu. Um dos seus princípios alimentares é o lactovegetarianismo; não confundir com os indianos islâmicos que são cerca de 150 milhões e comem carne de acordo com os preceitos do Corão.
Assim que os brahmins (os professores) deixaram de comer carne (mais ou menos na época de Budha), as populações seguiram-nos por acreditarem que os brahmins eram bons para imitar e, ainda hoje isto é levado a sério.
( :) ...oi Teresa )

jm disse...

A nossa alimentação mediterrânica na sua variedade com o azeite, o vinho e abundãncia de legumes (até sinto o cheiro da sopa de feijão da minha mãe)e frutas, não é das menos equilibradas.

Jejuar, de vez em quando, também faz bem como limpeza das toxinas acumuladas.

Estudo Geral disse...

Eu também sou dado às sopas da minha mãe. De feijão ou de legumes, sem carne e sem peixe(!). Eu que não sou vegetariano... a tempo inteiro.

Por falar em Induísmo e em dieta mediterrânica estava por aqui a pensar num dos referidos milagres de Cristo, da multiplicação dos pães e dos peixes...

Veremos como a tendência para o sincretismo religioso, nos dias que correm, irá resolver esta (aparente?) dualidade de princípios entre "ocidente e oriente".

Luis Carlos

MJC disse...

LÁ CHEGAREMOS, AINDA QUE DEVAGARINHO ...

Acho que a cozinha mediterrânea até nem é das piores. Será mesmo das mais ricas e variadas. Ou pelo menos era já que a invasão da fast-food tipo americana,a proliferação dos macdonalds e afins,tem ajudado a piorar os hábitos alimentares das populações.
A qualidade dos alimentos também tem piorado consideravelmente através da injecção de químicos que permitem um crescimento acelerado e uma apresentação vistosa embora patenteiem grandes concentrações de venenos. Há uma consciência cada vez mais generalizada do alto teor de toxicidade dos alimentos que consumimos que provocam digestões difíceis e deixam sequelas frequentemente irreparáveis.
Também me parece pacífica a constatação de que comemos muito mais do que necessitamos. Há mesmo quem faça jus à máxima "viver para comer" em lugar do aconselhável "comer para viver".

A cozinha vegetariana é uma boa opção para uma alimentação mais saudável. Para isso será necessário romper com hábitos fortemente enraizados e haver programas que, ao arrepio do marketing e publicidade de grandes marcas, estimulem novas práticas e novos hábitos para um viver mais saudável.

Livros de receitas vegetarianas, adaptadas às nossas culturas vegetais, também são necessários.Já existem vários livros mas alguns recorrem a produtos que não produzimos e que frequentemente não encontramos à venda.
Porque, ao contrário do que muitos pensam, a cozinha vegetariana não significa necessariamente menor requinte a nível dos sabores. Há alguns atrás era cliente habitual do Health Center, no Largo da Miserícórdia em Lisboa (não sei se ainda existe não vão pensar que estou publicitando), cuja cozinha era extremamente saborosa. Foi lá que comi o melhor arroz salteado, os melhores rissóis (de couve-flor ou grão), os melhores filetes (de beringela, pois claro)e muitos outros pratos menos fáceis de explicar mas igualmente saborosos.
Acredito que também na alimentação vão haver (estão havendo) mudanças. Devagarinho mas a coisa vai.

É pena o restaurante dO Leonel ficar um pouco fora de mão, decerto seria uma ajuda à construção de uma alternativa pessoal.

Felicidade na Educação disse...

A importância da alimentação: Numa
escola em Londres os professores opuseram-se a toda a contaminação transgénica retirando os KitKats e outros produtos do género. Substituiram tudo por BIO. Os putos deixaram de ter más notas e fazer 'bulying'.

Até agora no país a única manif antitransgénica foi recentemente mais uma vez anticompreendida pelos media -, malandros queimaram o milho...

Também recentemente por causa da Áustria que se rebelou na UE, ganhou uma votação da UE que proibe a plantação destas sementes anuais na posse de americana Monsanto.

Portugal absteve-se... país servil. Hoje não consigo ser politicamente correcto, se calhar até não quero sê-lo.... : )).

philos disse...

Eduardo E. S.

Bem... hoje não é decerto o seu melhor dia. Mas, não desanime, todos temos dias assim. Nem sabe como os tenho com alguma frequência. Nada como um dia atrás do outro.

Fique bem.

Teresa.

Felicidade na Educação disse...

'...sou português de coração e raça meio século comido pela traça' - Sergio Godinho.

Não consigo sentir-me identificado com o seguidismo dos 'enterrados-vivos' que governam o meu querido país.

Será que 'eles' não estão a enterrar os que ainda restam? - Uma para o MFI...

'Ai Portugal...Portugal, não podes ficar à espera' Jorge Palma.

Tenho estes bichos carpinteiros de me indignar contra os danos genéticos irreparáveis traduzidos na estatística do aumento frankensteiniano das doenças degenerativas em Portugal com a cumplicidade dolariana dos nossos 'representantes'e seus serviços de fármacos americanos pós-venda. Filhos das Trevas!

Amanhã... virá um novo dia...em que a Alegria... triunfará.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Alegria, Alegria!(Caetano Veloso)

COMISSÃO NACIONAL DA EDUCAÇÃO BASEADA NA CONSCIÊNCIA disse...

Oi Luís... alô galera! (Temos de nos encontrar).