O Salvador das Dores é um velho amigo. Quase desde que me lembro de mim, lembra-me dele. De modo que fui crescendo também a vê-lo passar.
Auxiliar de roupeiro do CRI, amante do jogo da sueca, frequentador diário de cafés e poeta das esquinas, nunca se lhe conheceu actividade por conta de outrém.
As más línguas dizem que nunca quis vergar a mola, mas eu cá por mim acho que ele teve a coragem de se reformar, por conta própria, antes ainda de atingir a maioridade. Talvez por ter crescido dentro de uma fábrica de cortiça, onde o seu pai trabalhou toda uma vida. Enjoou tanta responsabilidade.
Onde foi ele desenvolver tamanha habilidade não sei responder, mas ainda um dia destes lhe pergunto.
Luis Santos
4 comentários:
Ora aqui está aquilo que eu chamo amor pelo próximo. Grandes frases pela salvação da humanidade não são nada, comparadas com o amor por aquele que nós conhecemos e por acções concretas que podem mudar realmente a vida do nosso vizinho. Falando de números, que é a linguagem que alguns entendem melhor: raramente dou alguma coisa para as grandes acções nacionais a favor de... ou de... Mas já dei
10, 20, ou 50€, a alguém que me pede directamente e que eu, por um motivo qualquer, acho verdadeiro. Não me importo que seja para beber um copo de "três" na tasca da esquina... Por que hão-de ser as minhas prioridades melhores? Se eu não tiver dinheiro para comprar as tintas que preciso para fazer a obra que quero, porque carga de água irei aceitar a recomendação do meu mecenas: -Vai comprar um pão e comer uma sopinha com estes 0.50€, ouviu? Já gastei bastante dinheiro a comprar cestos de cana verde, a um velhote que tinha um cão e que, em vez de pedir esmola, os vendia à porta da praça da Moita para comprar bebida para si e comida para o cão. Que homem grande, não era?
O verdadeiro amor não impõe condições.
PS. Gostava de saber quem escreveu este texto. É possível? Não tenho tempo para rever este comentário. Saíu assim, desculpem qualquer coisinha...
A.Tapadinhas
Esqueci-me de assinar. Não foi de propósito, mas já tinha reparado e assumido comigo mesmo a reparação do esquecimento. Até porque se trata de um blogue colectivo e não se responsabilizem os outros pelas nossas acções.
De qualquer forma, meu amigo, está satisfeita a sua curiosidade.
Eu já sabia que tinhas de ser tu, meu amigo... Uma palavra: Parabéns!
Abraço.
A.Tapadinhas
SALVA-dor das dores, espectáculo.
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