quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Mais um desafio do MFI





Que pedagogia?

O pedagogo é aquele que leva o jovem a aprender. A aprender matérias e regras. Principalmente regras de convivência, regras de cidadania (de vida na Cidade).

Como realizar o papel de pedagogo, se as regras instituidas permitem faltar às aulas?
Como ensinar cidadania, se a regra de assiduidade é menosprezada?
Como ensinar regras, se os professores vivem num clima (frio) de desautorização permanente e em aulas de considerável indisciplina e mesmo violência?

20 comentários:

philos disse...

Amanhã falamos sobre este assunto, ok?
Agora vou dormir, pois tenho sono.

Arrivederci! teresa.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Fechem as escolas, reformem todos os professores, acabem com as aulas onde nada se aprende porque nada daquilo se aplica directamente à vida.
Altere-se radicalmente a forma de educar, de ensinar, de aprender, de crescer, de viver...
Este mundo e esta sociedade, nos moldes como a conhecemos, chegou ao fim.

Carmo Machado

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Percebo a ironia das tuas palavras.

Tanto desinteresse e desconsideração em relação à Escola, ao ensino e aos professores, chega a ser preocupante.

Tens razão: vamos mas é apostar nos Centros Comerciais.
Escola para quê?

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Pedagogo?
O que é isso nos dias que correm? Onde nos integramos nesta sociedade que menospreza toda a forma de pedagogia que não se ligue directamente ao facilitismo, ao futebol e à tecnologia, essa, a meu ver, a maior fraude pedagógica do século XXI.

PRETENDI POSTAR NO TEU BLOG MASS NÃO CONSEGUI. aQUI VAI:

Fechem as escolas, reformem todos os professores, acabem com as aulas onde nada se aprende porque nada daquilo se aplica directamente à vida.
Altere-se radicalmente a forma de educar, de ensinar, de aprender, de crescer, de viver...
Este mundo e esta sociedade, nos moldes como a conhecemos, chegou ao fim.

Por Carmo Machado

(Texto completo)

Felicidade na Educação disse...

Carmo Machado disse o principal. O que me servirá de referência serão as escolas como a do Mestre Pitágoras da Antiguidade. O que se pode também fazer será noutra perspectiva consultar e se possível, levar a cabo:

www.cbeprograms.org

MUDAR... P'RA MELHOR!

Estudo Geral disse...

E quais eram as principais características das Escolas de Mestre Pitágoras?

As nossas escolas reflectem o espírito da organização económica competitiva e concorrencial, neo-liberal, em que vivemos.

Somos aquilo que conseguimos Ser. Será?

O resulado das sucessivas reformas educativas que cada "ministro" transporta na lapela... essa tão árdua e difícil tarefa.

Mudámos alguma coisa nas últimas décadas? Creio que sim.

Podemos mudar algumas coisas nos próximos anos? Creio que sim.

No horizonte vejo uma Escola que ajuda pessoas a relacionarem-se com pessoas. Que partilha, que para lá do si percebe da importância dos outros e do mundo, que aprende a estar em Paz, que ama o Amor...

E assim direi que (auxiliando-me de Sua Santidade, o Dalai Lama e do Professor Agostinho da Silva), Uma vez dotados de um precioso corpo humano, nave tão difícil de obter, não devemos amesquinhar a vida, porque senão amesquinhamos o e-terno.

Mas o que é isso de ser terno?

Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

Cada um é livre de entender desde que a sua capacidade o permita, ou de se rebelar contra um regime ou achar que o mesmo amesquinha a alma dos seres humanos, ou que isto está mal por causa deste ou daquele, ou no fundo está tudo bem, penso eu.
Nas escolas dos Mestres da Antiguidade a Física e a Metafísica caminhavam juntas. Hoje já vão reaparecendo algumas. Talvez um dia destes os nossos 'chefes' da nação, se tenham de reconciliar com esta ideia, em especial se ela vir dos Estados Unidos, que para o bem e o mal segue à frente dos restantes ciclistas.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

AS CRIANÇAS CHAMAVAM-LHE "PÁSSARO AZUL"

O tema proposto é pedagogia ou ensino e educação?

Se a questão tem a ver com pedagogia parece-me estar mal colocada porque, pelos vistos, os mais jovens não poderão exercer pedagogia e induz a pensar ser a mesma uma atribuição quase exclusiva das escolas e dos professores

Se tem a ver com ensino e educação, as questões colocadas ficam muito aquém, em minha opinião, do que merece reflexão e até do que é mais interessante. A questão da assiduidade, sendo importante, não será quanto a mim essencial.

Em qualquer dos casos são, sem dúvida, assuntos a que toda a gente, de uma forma ou de outra, está directamente ligada. Aliás as questões que têm a ver com educação têm sempre a ver com todos quer disso tenham consciência quer não.

Cingindo-me apenas às questões colocadas em equação, começo logo por discordar completamente com a ideia de ser a pedagogia praticada pelos mais velhos em relação aos mais novos.

Depende dos mais velhos e, obviamente, também dos mais novos não sendo o nível de escolaridade ou o nível de conhecimento técnico ou científico o único aspecto a levar em conta.

A pedagogia é um processo que abarca muitas áreas e disciplinas e não é raro, infelizmente, assistirmos a muitos jovens funcionarem pedagogicamente relativamente aos próprios pais.

Relativamente à assiduidade, importa em primeiro lugar perguntar o porquê das pessoas faltarem seja lá àquilo que for. É uma reflexão que cada um deverá fazer por si e cujas conclusões serão seguramente úteis e enriquecedoras.

È evidente que, e centrando-me aqui na instituição escola, a profissão docente merece, precisa (!), ser mais dignificada e valorizada;

É evidente que as escolas precisam estar melhor apetrechadas com equipamentos, terem melhores condições de habitabilidade e conforto;

Os programas curriculares precisarão ser mais adaptados à vida e às novas realidades; … (poderia continuar por bastante mais tempo a formular questões com maior ou menor pertinência mas sempre justificadas)

Mas há também uma coisa que eu penso: a profissão docente foi, é e será uma arte. Todos nós encontrámos ao longo das nossas vidas, professores que nos fascinavam e atraíam e a cujas aulas nos proibíamos de faltar.

É preciso criar condições para que não haja uma tão grande circulação de professores. Só um trabalho continuado permitirá criar vínculo a determinada escola, perceber as realidades sociais envolventes, as limitações da própria escola e a melhor (ou possível) forma de as ultrapassar. Só assim é possível criar dinâmicas, espírito de equipa (com o corpo docente, os alunos e os funcionários) e projectar a curto, médio e longo prazo.

È certo que deverão ser concedidas aos docentes melhores condições, não só remuneratórias, mas a carreira docente não deverá ser uma saída de recurso para o desemprego que grassa.

Ensinar, transmitir conhecimento, é ajudar a crescer. Bem se possível. E esse desígnio deveria ser entendida como uma graça e um sortilégio susceptível de gerar paixão. O exercício dessa paixão seria, concerteza, um pólo que geraria atracção e não afastamento.

Há alguns exemplos disso mesmo como o de Maria Rosa Colaço que, na década de 60 do séc. passado, com crianças de bairros de lata, carentes de alimento físico e afectivo, numa escola completamente degradada conseguiu desenvolver um trabalho educativo, de aprendizagem mútua, com aquelas crianças que registou, para a posteridade, numa magnífica colectânea de poesia infantil publicada com o título de "A criança e a vida". As crianças chamavam-lhe "Pássaro Azul". É evidente que as questões são estruturais mas, acredito, que a transformação começa por cada um. (apresento previamente as minhas desculpas pela extensão do comentário).

M. João

Estudo Geral disse...

Um pequeno reparo: "O Pássaro Azul" era o nome de uma revista publicada por Roger Cousinet, um dos pedagogos do Movimento da Educação Nova que se institui na década de 20 do século passado, redigida e ilustrada por crianças, à semelhança do que tinha sido feito por Tolstoi, em 1862, em Isnaia-Poliana.

A Maria da Rosa Colaço, entre muitos outros, terá sido uma das herdeiras em Portugal desse Movimento da Educação Nova que se constitui, em Callais, precisamente em 1920.

A Pedagogia constitui-se como ciência em finais do séc. XIX, muito ligada à Psicologia, e o seu desenvolvimento vem permitir o aparecimento desse inovador Movimento Educativo.

Luis Santos

A.Tapadinhas disse...

O estado não pode (quer) mudar as origens e o meio sociocultural em que nascemos. As escolas com melhores resultados são as que têm maior selectividade na escolha dos alunos. A escola pública não os pode escolher. As outras ordenam os alunos pelo preço do berço em que nasceram. No final do percurso, por ironia do destino (?), a frequência dos melhores colégios, não implica maior sucesso na universidade ou na vida. As letras sacudidas dos livros não entram directamente num cérebro mal preparado. Sei de alguns frequentadores de bons colégios que estão nas bancadas de um qualquer partido na A.R. :)
António Tapadinhas

Felicidade na Educação disse...

Convite a um velho clássico:

Where do the children play?

http://www.youtube.com/watch?v=XjdVOfnYkyA

... uma PROVA DE QUE A GERAÇÃO DE SETENTA NÃO ESCUTOU OS SEUS CANTORES... ou outros valores bolsistas estão em alta.

Nunca é tarde para... VIVER.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Obrigado Eduardo. Gostei.

Ainda não disseste foi das Escolas do Mestre Pitágoras...

Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

As escolas ou universidades de Pitágoras eram comunidades interactivas de espiritualidade a partir dos diversos sensos-comuns. Ligavam aquilo que nos foi desligado: a Física e a Metafísica.
O pensamento laico veio para demonstrar duas coisas: que o pensamento moderno tem que se apartar do religioso quando este não está em condições de responder; que faz falta um novo sistema que possa integrar e refundir esta experiência com a do espírito (de novo) para que o ser humano não se torne ainda mais atrofiado (nas tuas palavras - amesquinhado, talvez).
As escolas da Antiguidade e o que restam dos ashrams da Índia fazem a ligação entre o material e o espiritual. Também as de Maharishi, tal como a sua Universidade.
Peço desculpa à mentalidade dos meus amigos mais católicos, mas isto não é de todo possível... através da missa dominical.

Estudo Geral disse...

Obrigado.

Vou fazer duas perguntas arriscadas,claro que sem obrigatoriedade de resposta:

De forma concreta, como se poderá definir os conceitos de espiritual e de metafísica?

Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

1).A nivel espiritual e metafísico o conhecimento é indiviso de três: O conhecimento do sujeito - do processo de conhecimento - do objecto. Ocorre na simultaneidade dos três constituintes.

2).A nível físico e material o conhecimento é orientado pelo engano do intelecto que decorre exclusivamente do uso do método dedutivo, separando-se todos os seus componentes... até ao ponto de ficar a chapinhar na depressão existencialista e/ou no conhecimento das tecnologias de ponta mais perigosas como a manipulação genética, a destruição/poluição da vida e, de todos aqueles que se lhe opõem pelas formas de manipulação mediática, financeira e militar.

São homenzinhos arrogantes,das tecnologias de ponta... embora sempre em crise - que afinal nos vão agendando a vida, ou como diriam alguns menos convencidos a lembrar um texto de Abdul Cadre - a... vidinha.

Para uma vida nobre é preciso ligar o 1) ao 2). A Educação sem esta capacidade de ligação é uma fraude - no dizer de muitos especialsitas - fora do sistema, claro está.

Esta ligação quando é regularmente experimentada no cérebro dos humanos desincha o ponto 2) e equilibra as várias formas de existência - lebenswelt, perdoem o estrangeirismo.

Felicidade na Educação disse...

David Lynch tem andado pelo mundo a falar do assunto. considero-o um homem interessante:

http://www.youtube.com/watch?v=RY97P07PMho

É UMA CAUSA CONSTRUTIVA QUE LEVA À EXPERIÊNCIA PESSOAL DE LIGAÇÃO ENTRE A FÍSICA (Corpo) E A METAFÍSICA (O Ser). Sem este ideal presente na Educação o mundo é imundo de sofrimento. (Gualdim).

philos disse...

Olá, cá estou eu e bastante contestaria, por sinal.

. Só deve existir cidadania na Cidade?
. Os alunos deviam ter obrigatoriedade de ir às aulas?
. Todos os que não têm o mesmo ritmo dos mais rápidos, precisam de rótulo e de ir a aulas de substituição?
. Deve ensinar-se a matéria sem qualquer ponte entre a Escola e o dia-a-dia?
. Só os educadores e os professores é que formam pessoas? E os pais, para que servem? Para pagar colégios caros e demitirem-se da sua função, por falta de tempo? Ou para se matarem a trabalhar, completamente esmagados pela "máquina" e nem terem tempo para dar atenção aos filhos?
. A quem interessa cidadãos conscientes, cultos e bem informados? Não será melhor uns autómatos, que não pensem e não incomodem os iluminados?
. Todas as crianças devem usufruir do direito que lhes assiste, este da educação. Mas, não serão os menos favorecidos economicamente a precisar desta "arma" para se defenderem na vida? É que estes nunca têm "cunhas", "alavancas" e "plataformas", certo?
. Porquê desistir dos alunos problemáticos, porque dão muito trabalho e já não há nada a fazer?
. Porque será que ainda temos leis na Educação que foram instituídas na Idade Média? Fará decerto algum sentido? Se calhar até faz todo o sentido, mesmo. Até porque a Sra. Ministra só ainda não fez uma escala das idas à casa de banho, de alunos e professores, porque ainda não sonhou com essa brilhante ideia.
Mas, por este andar, já não falta muito. Até acho que lhe ando a dar ideias mirabolantes.

Arrivederci!
Teresa.

Felicidade na Educação disse...

Já há muito tempo que estamos apaixonados e quase desesperados com a Educação. Esta última é mais uma projecção da desilusão (pós-Abril) nacional connosco próprios -, porque somos um povo muito autocrítico haveremos de encontrar o fio à meada :). Força Teresa!...
Será que o tempo educa?

Flávio M. disse...

Penso que o tempo educa ...mas caduca. Ou de um outro modo, esculpe ! Além da referência pitagórica, é digna pela natureza enquadramento e coragem a obra de Comenius. Na sua teoria humanista (séc. XVII) coexistem o homem da ciência e o homem da religião, a inter e a multidisciplinaridade, a unidade escola e família, a afectividade permanente entre mestres e discípulos. Uma didática magna onde o pedagogo está inebriado de vida, exemplo cooperativo que anula os sinais irrazoáveis de presumido rigor que falam a linguagem da estultícia e da dissidência.

Flávio M.

Felicidade na Educação disse...

Certo... O maior inchaço planetário está reflectido na economia de comércio e guerra vigentes, os seus senhores são os mesmos. Mas precisam de tótós... a tempo inteiro separados os seus corpos das suas almas, alienadas as suas vidas aos seus jogos de poderes e azares.
A massificação da impotência é perigosa para a VIDA.