No local onde hoje se situa mais uma urbanização, a da Vila Rosa, existia antigamente um poço, um moinho de vento e um tanque de irrigação. Ao lado, um campo de trigo erguia-se até céu, ocupando toda a área até ás Arroteias, até á linha de caminho de ferro e quase entrava pela escola primária dentro.
Era habitual a malta do bairro, quando o tempo aquecia, utilizar o tanque como “piscina”, para nadar um pouco e refrescar-se do sol abrasante.
Muitos de nós, foi nesse local que aprendeu a nadar, pois perto, era o único local possível para o efeito. Até possibilitava dar uns mergulhos do cimo de uma casinha ao lado do tanque ou da árvore ali existente, depois em duas braçadas percorríamos todo o comprimento do mesmo, acerca de 6 m no total.
Esta actividade era acompanhada com as mais tontas brincadeiras, mas com os cuidados devidos com os mais velhos, que adoravam fazer umas partidas aos mais novos.
A água como permanecia muito tempo parada até ser renovada, não era propriamente do mais saudável, por isso, era comum a companhia de escaravelhos de água, mosquitos, ninfas de libelinhas, etc., o que também era interessante observar nas horas mais calmas.
Mas esta prática tinha uma condicionante; o Anastácio não o permitia, portanto era necessário estar atento á sua aproximação, para não ser surpreendido pelo homem e isso acontecia frequentemente.
Ele ás vezes aparecia aos gritos ameaçando com uma vara e era ver o pessoal saltar para fora do tanque em cuecas, agarrar a roupa (já preparada para o efeito), correr por ali fora na direcção do pinhal ou da escola, ou mais rápido possível.
Outras vezes, era um dos nossos pais que aparecia, irritado com a nossa insistência em frequentar o tanque tão impróprio para se banhar e sem a permissão do dono para o utilizar, que agarrava o respectivo filho pelas orelhas e o levava para casa ao toque de umas lambadas pelo caminho.
Passados uns dias já isso estava esquecido e lá voltávamos ao mesmo, pois o desejo daqueles banhos era demasiado tentador.
Esse tanque, se ainda existisse, tinha muitas histórias para contar;
Os banhos, os encontros de namoro, competições para saber quem conseguia ir até ao cimo do moinho de vento, concursos do melhor mergulho, as brincadeiras á noite, etc., etc.
Um dos locais mais emblemáticos do bairro para aquela geração de jovens “endiabrados” e um ponto de encontro inesquecível.
É triste que o tenham destruído, era uma referência do património cultural e do passado de Alhos Vedros.
Era habitual a malta do bairro, quando o tempo aquecia, utilizar o tanque como “piscina”, para nadar um pouco e refrescar-se do sol abrasante.
Muitos de nós, foi nesse local que aprendeu a nadar, pois perto, era o único local possível para o efeito. Até possibilitava dar uns mergulhos do cimo de uma casinha ao lado do tanque ou da árvore ali existente, depois em duas braçadas percorríamos todo o comprimento do mesmo, acerca de 6 m no total.
Esta actividade era acompanhada com as mais tontas brincadeiras, mas com os cuidados devidos com os mais velhos, que adoravam fazer umas partidas aos mais novos.
A água como permanecia muito tempo parada até ser renovada, não era propriamente do mais saudável, por isso, era comum a companhia de escaravelhos de água, mosquitos, ninfas de libelinhas, etc., o que também era interessante observar nas horas mais calmas.
Mas esta prática tinha uma condicionante; o Anastácio não o permitia, portanto era necessário estar atento á sua aproximação, para não ser surpreendido pelo homem e isso acontecia frequentemente.
Ele ás vezes aparecia aos gritos ameaçando com uma vara e era ver o pessoal saltar para fora do tanque em cuecas, agarrar a roupa (já preparada para o efeito), correr por ali fora na direcção do pinhal ou da escola, ou mais rápido possível.
Outras vezes, era um dos nossos pais que aparecia, irritado com a nossa insistência em frequentar o tanque tão impróprio para se banhar e sem a permissão do dono para o utilizar, que agarrava o respectivo filho pelas orelhas e o levava para casa ao toque de umas lambadas pelo caminho.
Passados uns dias já isso estava esquecido e lá voltávamos ao mesmo, pois o desejo daqueles banhos era demasiado tentador.
Esse tanque, se ainda existisse, tinha muitas histórias para contar;
Os banhos, os encontros de namoro, competições para saber quem conseguia ir até ao cimo do moinho de vento, concursos do melhor mergulho, as brincadeiras á noite, etc., etc.
Um dos locais mais emblemáticos do bairro para aquela geração de jovens “endiabrados” e um ponto de encontro inesquecível.
É triste que o tenham destruído, era uma referência do património cultural e do passado de Alhos Vedros.
4 comentários:
Eu lembro-me bem do tanque do Anastácio. Nunca me cheguei a banhar lá dentro, mas recordo-me de estar várias vezes à sua beira, nas frequentes deambulações que fazíamos vila afora. Sem dúvida, um dos lugares míticos, entre Bairro Gouveia e Arroteias, para a minha geração que infelizmente não resistiu ao passar dos tempos. Também joguei algumas vezes à bola nos terreno envolvente, no chamado Campo do Anastácio Guerreiro. Naquele tempo haviam muitos campos de futebol, o que também se tornou num bem muito escasso. Talvez por isso de devessem criar mais infraestruturas desportivas pelo meio da habitual plantação dos prédios que agora faz moda.
Luis Santos
P.S.: Quando o amigo diz Bela Rosa pretendia dizer Vila Rosa, não é verdade?
Correcto amigo :)
Obrigado!
É verdade...o futebol...
Não nos encontrámos num desses jogos? :)
A rivalidade entre o bairro e a vila era bem patente...e com os outros bairros então...era uma autêntica batalha :)
Um abraço
Joaquim Nobre
Provavelmente, meu caro amigo, participámos nesses encontros, mas acontece que, embora já tenha perguntado algumas vezes ainda não sei quem é o Joaquim Nobre. Mas penso que não será por muito mais tempo.
Abraço,
Luis Carlos
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