quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Tem cada uma o MFI...


Ontem estive com o meu amigo Jorge. Jantámos juntos. E disse-me ele:

"O pessoal come demais. Já reparaste que bastava eliminar a carne e o peixe ao pequeno almoço e ao jantar para reduzir a mais de metade o sacrifício animal?"

"E como podia eu deixar de concordar?!"

E vocês? O que diriam?

Luis Carlos

São Jorge

Príncipe da Capadócia, soldado do exército de Diocleciano, a quem se opôs por perseguir os cristãos, tendo sido martirizado sob o seu mando, na Palestina, em Dióspolis, onde morreu, no ano 300.

Os Cruzados divulgaram-lhe a devoção na Idade Média e a lenda mostra-o como vencedor dum perigoso dragão.

No Oriente, é venerado como um dos 14 Santos Auxiliadores, sendo especialmente conhecido como padroeiro dos soldados. Nas batalhas da História de Portugal era o protector mais invocado.

Na arte é apresentado como um jovem com armadura, quase sempre a cavalo, a vencer o dragão, símbolo do paganismo. O seu escudo e estandarte ostentam uma cruz vermelha sobre um fundo branco. A sua festa celebra-se em 23 de Abril.

cf.,
-Nova Enciclopédia Portuguesa. Lisboa: Ediclube, 1991.
-Santos Protectores, 56. Lisboa: Ed. Paulus.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Proposta temática para debate no MFI (1)


O amor na modernidade

Numa sociedade em que a própria sede da economia moral parece invadida pelas forças do mercado consumista, e a fragilidade dos laços humanos prepondera, qual o significado do amor numa dualidade de perspectivas?

- o amor no relacionamento entre dois seres humanos (evitam-se exponencialmente compromissos para uma vida e o amor caracteriza-se por uma presença líquida (Bauman), procura-se o enamoramento pela Internet, e os próprios filhos surgem amiúde como objectos de consumo emocional). O que significa amar alguém ?

- o amor à humanidade (amar os nossos semelhantes exige um acto de fé e significa a transição dum estado de sobrevivência para um estado de moralidade; todavia existe o paradoxo das próprias cidades, que constituem no seu âmago verdadeiros campos de refugiados, incentivam a xenofobia e promovem a segregação das classes sociais). Podem a partilha, a solidariedade e a fraternidade para com os nossos semelhantes prevalecer na modernidade ?

Flávio M.

O Salvador das Dores é um velho amigo. Quase desde que me lembro de mim, lembra-me dele. De modo que fui crescendo também a vê-lo passar.
Auxiliar de roupeiro do CRI, amante do jogo da sueca, frequentador diário de cafés e poeta das esquinas, nunca se lhe conheceu actividade por conta de outrém.
As más línguas dizem que nunca quis vergar a mola, mas eu cá por mim acho que ele teve a coragem de se reformar, por conta própria, antes ainda de atingir a maioridade. Talvez por ter crescido dentro de uma fábrica de cortiça, onde o seu pai trabalhou toda uma vida. Enjoou tanta responsabilidade.
Onde foi ele desenvolver tamanha habilidade não sei responder, mas ainda um dia destes lhe pergunto.
Luis Santos

A FÁBULA DO AMOR (2)

O amor tece-se de matéria sensível e a sua génese veste-se de universalidade. Não lhe compreende a razão, nem o verdadeiro sentir nem a linguagem da sua manifestação. Na relação de presença ou de privação com o objecto amado, escrevem-no com sublimação os caminhos da poesia.

A sucessão do tempo e as lições da vida esculpiram em Ana ponderação e reflexividade compreendendo e sedimentando na consciência a finitude e a efemeridade. O universo das paixões eleva o ser humano a um estágio de felicidade instancial inimitável, mas as decepções, o sofrimento e a esfera da necessidade apuram num espírito maduro a temperança, a lucidez e a responsabilidade.

Porém, a solidão não poderia ser eternamente uma boa conselheira. E mais que a partilha e o diálogo dos corpos Ana necessitava do afago da alma, humanizando o curso dos dias no paradigma da presença de alguém, dar e receber os receios e as esperanças que moldam na temporalidade o que cada um vai sendo (ou não sendo) em si. A mudança apenas triunfa num desafio resolvido no interior de nós.

Empreendedora, Ana decidiu melhorar o seu grau de sociabilização. Transformou os seus laços profissionais com intimismo e relançou com dinamismo a arqueologia da amizade, tantas vezes olvidada pela escolha de um só caminho.

E no labirinto dos jardins mundanos chegou o momento de conhecer Carlos !
Suspensos no ar, gemiam os últimos murmúrios invernais. A natureza renovava-se e irrompia numa profusão de cores. O sol da manhã despertava a vontade de vencer alentando o corpo e alumiando a alma. Ana viajava até ao Cercal, para a discussão duma proposta de decoração das novas instalações de uma pequena empresa de produtos químicos localizada num parque industrial daquela vila alentejana.

Carlos presidia a empresa e foi o seu interlocutor principal no decurso daquela reunião. De postura sóbria e o rosto vincado pela agrura dos dias, as palavras soltavam-se exigentes e pragmáticas no verbo do seu discurso. De humor sereno e trato formal, o olhar desenhado em castanho escuro transmitia todavia uma ambiência de tristeza.

Enérgica e feminina, maternal e decidida, Ana causou em Carlos um sentido híbrido de competência e de graça e os números (a vil matéria), a linguagem do negócio, tornaram-se supérfluos no desiderato da conversação.

Por vezes a voz do silêncio, a dor da ausência, sopram no labirinto do coração. É deslumbrante o mundo feminino quando disposto a amar. Tudo nele é vibração, intuição, paixão e coragem. Mesmo refreado pelo merecimento do desconhecido e pela reminiscência dum amor tão presente nos frutos colhidos daquela que fora a mais bela árvore do jardim da sua existência.
Ana fomentou com discrição e intensidade a nova relação e compreendera sensata e progressivamente em Carlos um tom de amargura. Ele rompera há poucos meses com Cristina, em nome da arte por “quem” esta se confessara apaixonada. Os encontros continuamente frequentes culminaram na cumplicidade do corpo e da alma. Ana sabia que não fruía uma paixão cega e estival e apesar de alguma rigidez de diálogo e do tempo dedicado por ele aos filhos Luísa e Francisco, ela gostava de Carlos. A sua serenidade, a sua coerência e a sua resignação dissipavam a parca espontaneidade e a aridez dos sorrisos mais profundos. Quanto a ele cativara-se de Ana por aquilo que ela era, e o eco do seu corpo e o rio do seu olhar aprisionaram-no para sempre.

Invocando a consciência de si, Ana reconhecia que nele encontrara a admiração por si e o conforto da maturidade. Não se apresse a vida porque não se extingue o tempo. A escola da existência ensina-nos que todo o ser humano adora ser apreciado e que as críticas recorrentes desgastam e consomem a essência do amor.

A harmonia inebriava a relação e nem a pouca apetência do seu par pelas actividades culturais, tão prezadas para Ana, induzia antagonismos ou adversidade. Ela aprendeu a cultivar as semelhanças e a admitir as diferenças, e a juventude e o apego à vida dos seus filhos eliminaram daquela existência o vocábulo da vacuidade. Percebera porque a tenra idade nos traz o amor como um capricho do destino. Nos dois seres que habitam a equação do amor ela já não era deterministicamente a incógnita.

Cumpriram-se mais alguns ciclos da roda do universo e a Primavera terna e carinhosa que aproximara Ana do amor amadurecera na história da sua existência. O rio onde entrara fluía intenso e cadenciado, e mesmo os escolhos que nele transitavam não lhe privavam o leito de tranquilidade. De Joaquim, os meros sinais de aparência, decorrentes das visitas periódicas aos filhos ou de aniversários de cariz ainda familiar; cumulativamente, os rumores locais dum aburguesar contínuo, enfeudado na rotina entre os correios, as sedes dos clubes e a boutique de Sofia.

Renovou-se sete vezes o hino à vida quando a serenidade daquela existência foi abalada pela alteridade do mundo. Vítima súbita de patologia cardio-vascular Joaquim agonizava num leito hospitalar, onde esgotaria os seus últimos momentos nesta terra.

A sombra da perda desceu sobre Ana, e olhando o espelho do quarto onde Carlos lhe conseguira amordaçar a solidão, chorou lágrimas profundas de mágoa e de saudade.

Que fracção de si, lhe subtraíra o amor ?

Flávio Meireles

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O MFI no Estórias


Dar e Receber

Dar e receber

Diz quem experimentou, que: “quem dá, recebe em troca muito mais do que deu”.
Claro que depende do que se dá e da intenção da dádiva. Se for interessadamente, com contrapartidas, pode receber-se muito mais ou muito menos do que se deu. Mas matemáticas a parte, dar é um acto de inquestionável valor.
O que eu questiono é o seguinte:
- Porque é que hoje em dia se dá muito menos do que se dava?
- Será que o acto de dar está em crise?

Uma jovem de 20 ano que eu conheço, depois dos dias passados na faculdade e de todos os afazeres próprios de uma jovem, conseguiu organizar-se para se dedicar ao voluntariado. Todas as semanas dedica algumas horas do seu tempo a ocupar crianças desprotegidas entregues uma Instituição Social. Nesse tempo simplesmente brinca, conta estórias e sempre que pode leva com ela umas lembranças. Pediu-me brinquedos e roupas para compensar as carências dos seus amiguinhos. E para finalizar a conversa sentenciou com um orgulho sentido: “recebo muito mais do que lhes dou”.


Só umas questões para reflexão:
- Quem é que dá?
- Porquê dar?
- O que é dar, no verdadeiro sentido da palavra?

Ass: Dialógico

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

A Felicidade no MFI


UMA REFLEXÃO SOBRE A FELICIDADE:

Entre as inumeráveis descrições da felicidade podemos optar, por exemplo, pela visão do Dalai Lama, que associa a felicidade com a compaixão e o amor: Estamos feitos para procurar a felicidade. E está claro que os sentimentos de amor, afecto, intimidade e compaixão trazem consigo a felicidade".

Ou podemos ficar com a típica visão materialista da felicidade que reflecte ironicamente esta frase do actor cómico Groucho Marx:" Meu filho, a felicidade está feita de pequenas coisas: um pequeno iate, uma pequena mansão, uma pequena fortuna…"

- VIVAN EDELMUTH – Psicóloga Transpessoal

O QUE É QUE SE PODERÁ CONCLUIR A PARTIR DAQUI?

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Mais um desafio do MFI





Que pedagogia?

O pedagogo é aquele que leva o jovem a aprender. A aprender matérias e regras. Principalmente regras de convivência, regras de cidadania (de vida na Cidade).

Como realizar o papel de pedagogo, se as regras instituidas permitem faltar às aulas?
Como ensinar cidadania, se a regra de assiduidade é menosprezada?
Como ensinar regras, se os professores vivem num clima (frio) de desautorização permanente e em aulas de considerável indisciplina e mesmo violência?



O MFI do estórias está a aquecer!

Hot hot hot!


As participações dos ilustres colaboradores têm sido notáveis.

Isto está cada vez melhor!

Esperamos mais publicações vossas!