sábado, 22 de dezembro de 2007

Perder tudo, Bairro-a-Bairro.







Perder tudo, Bairro-a-Bairro.
Nesta época natalícia, convite ao exuberar de sentimentos de família e de partilha, todos se voltam para as luzes, para o teatro luminoso que engalana as ruas e avenidas da vilas e cidades.
Já não há quase local algum que não “precise” esse tempo místico e misto de materialidade e espiritualidade, faces de uma mesma realidade.
Alhos Vedros, segue assim um rito, o das luzes e do Natal, como que sendo mais um presépio nesse mundo de estradas e de vias: as do movimento de pessoas e suas coisas, e das ideias e experiências.
No entanto, vozes velhas e novas, sentimentos de tristeza e de exclusão, surgem como que em resposta frágil à postura de quem, autistamente e sem visão do todo, regeu o amontoado de enfeites natalícios, a meia dúzia de ruas da vila, como se por preguiça, não quisesse prestar um bom serviço à comunidade Alhos Vedrense.
Como se pode encher, entre outros locais, o largo da estação num Campo da Forca, onde as imagens penduradas e sós, quando se pretenderiam vistas, são condenadas ao olhar desconfiado de algum passante solitário numa noite mais desabrigada.
Como podem os conterrâneos sentir-se unidos num Natal de todos, quando vêem os seus Bairros sem uma luz, sem um papel, sem um aviso deste período de tanta festividade. Vêm aí o Natal, o Ano Novo, mas, para as gentes doutros Bairros que não do centro da Vila, tudo é igual, monótono e de exclusão: afinal a freguesia de Alhos Vedros, de um antigo Concelho, que se avizinhou em tempos idos, da Serra da Arrábida, perdeu o município, a visita das caravelas, tudo, porque as gentes de cada Bairro que se reúne na Bela Rosa para as eleições nacionais, para o Carnaval, vai perdendo o seu lugar no presépio da Vila, que ela própria teria, se as imagens luminosas, chegassem aonde ainda é Alhos Vedros: os Bairros.
Um Talvez-ainda AlhosVedrense
(Ass: Kavit)

3 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Festas Felizes a todos os que estão e aos que por aqui passam, independentemente de serem da Vila ou dos Bairros...
António Tapadinhas

Estudo Geral disse...

Eu subscrevo as palavras do amigo Tapadinhas!

Luis Carlos

CIDE disse...

Sim, bairrismo pode ser visto como separatismo. Mas, a discriminação pode acontecer em pequenos actos ou iniciativas como esta, em que o Natal é mais "brilhante" em determinados locais e mais "escuro" noutros.