sábado, 8 de dezembro de 2007

Movimento das Forças Interrogativas, outra...

"Os acidentes acontecem"... Eis uma excelente matéria de análise filosófica, nomeadamente metafísica. Independentemente da deriva ou vulnerabilidade do agente qual a função do acidente no mundo? Em termos de contingência, como pode a tecnologia mitigar o lugar do acaso?

Flávio M.

15 comentários:

Felicidade na Educação disse...

Os acidentes ocorrem quando um evento deixa de fluir por perda ou fragmentação da Memória... adiando-se para mais tarde a morosidade da solução... uma espécie de truque de ilusionismo parado a meio, porque algo precisa de ser repetido...com licensa...

é uma pequena avaria técnica no concerto das coisas, por erro do intelecto que fixa o devir a partir dos ex-eventos... na diacronia.
O intelecto ajeita-se a dividir... e depois esquece-se de reunir todos os dados, e conclui que a falha não estará nele... sim nos dados.

É ele que governa a ilusão que criou de governar o mundo : ))

Por outro lado, o intelecto quando faz regressão religa-se à Memória.
Integrado é um bom instrumento de contrabaixo no concerto das coisas - na Sincronia.

O Maestro não encontra acidentes - é a Memória da Abundãncia(revisitada com 'acidentes' e tudo).

Felicidade na Educação disse...

A TECNOLOGIA PARA A RECUPERAÇÃO DA MEMÓRIA É O CONHECIMENTO COMPLETO DO FUNCIONAMENTO DA FISIOLOGIA CEREBRAL - CUJO 'COMBUSTÍVEL' É A EXPERIÊNCIA REGULAR DA TRANSCENDÊNCIA...

CIDE disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
CIDE disse...

Por definição (filosófica) "Acidente" é o que acontece por acaso, sem que esteja previsto ou planeado. Opõe-se ao que é "Necessário" ou "Essencial".
Independentemente de qualquer outra acepção religiosa ou mística, o Acidente é o que por acaso nos supreende, seja positivo ou negativo.
Provavelmente, é este "Acaso" que faz a História e o que move o Universo. Provavelmente, os acasos são o tal determinismo a que nós chamávamos livre arbitirio. Ou seja, determinismo parece afastado enquanto explicação do que existe.
Sendo assim, tudo o que somos é o mero acaso ou sucessão de acasos que nos acontecem. Talvez a tal borboleta que ao bater as asas altera o equilibio do palneta, que, por sua vez,faça com que outros "acidentes" alterem o ecossistema e tudo o que nos rodeia.

Talvez!?

jm disse...

Eu nunca quis, nem quero ser solista. Porque mesmo que adquira a sua própria forma de tocar um instrumento e consiga assim uma singularidade na comunicação o solista limita-se normalmente a repetir as obras dos grandes mestres.
Quando nos tornamos criadores ousamos ombrear com os Mestres e somos imediatamente criticados pelos seus adoradores que tentam resistir a tudo o que seja novo.

Acidente - sinal que indica afastamento momentâneo da tonalidade indicada na armação de clave, subindo ou descendo meio tom. É VÀLIDO DENTRO DO COMPASSO EM QUE SE ENCONTRA, EXCEPTO QUANDO ANULADO ( isto quer dizer que apesar de só uma indicação são vários os acidentes). As notas que ligam um compasso a outro são também afectadas pelo acidente.

(cada um fala do que conhece)

Felicidade na Educação disse...

Vejo a Memória do Universo sob a inspiração de um Mandala...

Ou uma Pauta musical do Universo... com um registo ondulatório - que se poderia chamar CON-CERTO... é um determinismo inclusivo, ou seja, reflecte as variações sazonais.

Pré-socrático e mais... é vivo.

Platão, Plotino, S.Agostinho, Nietszche, agora a mecânica quântica, Bergson, Jung, Claude Lévi-Strauss, Shaldrake...

não têm o Aristotélico ou o Tomista.

antes o Lao Tse, ou o repentista

Acidente + ou - é alteração cognitiva - via de um reducionismo cerebral em que as lesões (brain holes) são registadas na nossa civilização/humanidade devido basicamente ao nosso sistema de educação vigente impedir o repentismo da Memória.

Donde... o tal de acidente para reparação da lesão - Paragem do fluxo da história (Não ao Armagedão no Iraque/Irão) através do Efeito Borboleta ou de Avatar...

- que o tal 'acaso' também já....

tinha existência futura, sendo claramente acidental (pois) muita gente o desconhece... (o que não é por acaso)acho eu.

Estudo Geral disse...

Ah, mas que engraçado. Três opiniões construídas através de perspectivas tão diferentes, mas que partem do mesmo princípio, mesmo que tal possa não parecer.

Uma mais religiosa, uma mais filosófica e uma mais musical.

E eu concordo, e ainda numa outra perspectiva, digamos que à moda de uma prosa criativa, direi que "os acidentes" são resultados de uma realidade paradoxal determinada em livre arbítrio.

No fundo muito próximo de um espírito político que se aproxima e que poderemos designar por uma liberdade com regras, embora nós saibamos muito bem que há regras e regras... mas disso falaremos depois.

E tão bom que é vivermos nessas liberdades fundamentais, de pensamento e de acção, universo fora, todas as cores, todos os deuses, ou como diria Ghandi, sabendo coexistir em paz.

No fundo é isso que se está a passar por aqui e é por isso que isto está tudo tão bué... A capacidade de dizermos das nossas ideias, trocando, misturando e aprendendo. Muito Obrigado.

Quanto ao resto, como me dizia o meu amigo Jorge, "é preciso tirarmos os macacos do sótão".

Luis Carlos

Felicidade na Educação disse...

A Transcendência não é um acidente religioso, é um determinismo da imortalidade de que o homens têm necessidade (embora não-consciente).

A imortalidade é quando a consciência se fixa no CON-CERTO DAS COISAS de forma irreversível - Consciência Cósmica.

A percepção da Religião é a etapa seguinte, de acordo com o melhor perito que conheço - Maharishi - é outro estádio evolutivo a que ainda não cheguei, mas Assis chegou, Santa Teresa d'Ávila e, S. João da Cruz (por exemplo).
Depois do último ainda há mais... é ainda mais sofisticado, em que se que participa do Criador - estado chamado conciência de Unidade, Cristo, Budha, Mohamed.

Até à Unidade 'tudo' poderá ser entendido por ocasional, acidental, coincidência...etc-, trata-se da perspectiva democrática actual que nivela por baixo... e dá muito jeito à administração global americana em que vivemos, entre o terror e o resort mediáticos, vivemos na inquietante segurança : ))dos tempos do ruir do império.

Felicidade na Educação disse...

A propósito de Transcendência como mecanismo de abrangência da mente até à sua máxima elasticidade:
- É o equivalente da morte... Cristo referia-se a isso quando dizia que temos de morrer...para chegar... ...lá; esta última frase é ainda hoje a saudação dos irmãos Cartuxos: 'hermano, morir tenemos - ya lo sapemos', o que é engraçado é que não se referem à morte comum, mas à morte do social em nós (o ego)... pela via da elastização do plasma mental (passagem para a outra margem do rio do esquecimento, em grego Léthes, enquanto seres vivos).
Mohamed também dizia que o homem que não morre mil vezes antes da sua morte... não vai atingir a imortalidade.
O Budismo Zen faz disto um dos seus temas repetidamente nas suas andedotas pedagógicas - por exemplo no seu insistente aprender a aprender...
O que parece é que a experiência nem mesmo da Transcendência remete automaticamente para qualquer religião... Não é nada líquido, quanto a mim.
R E M E T E isso sim para um estado mental que todo inclusivo compreende os movimentos que fazem a diferença - de 'turning point values' - onde o acidente morre e dá à luz do dia as coisas novas lavadas e brilhantes - como quando éramos crianças - e que os portugueses chamam de Saúde-Ida, a tal que falta dar a - Volta : ))A IMANÊNCIA E A TRANSCENDÊNCIA SÃO FUNÇÕES DE UM CÉREBRO NORMAL - normal quer dizer... aquele que pode atingir 100 por cento da sua capacidade 24 horas por dia.

França disse...
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Flávio M. disse...

Aqui, onde a vontade do Eu esgrime com o intelecto do mundo como mero instrumento subordinado ao maestro da consciência.
A instância, em que o acaso vestiu a indumentária da provação e a tua existência se extingue e renova na efemeridade do momento.
Ontem, quando o acidente exigiu a tua alma e traiu o teu coração.
Diz-me pois: qual a tua função no mundo ?
Onde começas e te diluis como individuação do Ser no curso da memória do tempo ?
Quem te merece no acaso do ser que não és e do erro que não reconheces ?
Dá o calor da tua mão às outras gotas da chuva cósmica que te transformam e fecundam no solo lavrado pelos caminhos que escolhes, e entende que há ordem no caos.
A invariância que buscas oculta-se no labirinto do acaso que te divide e te une. E o acidente irmão, é a voz da paz em que ascendes e que te invoca eterna até ao final dos dias....

Flávio M.

December 17, 2007 12:54 AM

Felicidade na Educação disse...

Quando a consiência expande EXPANDE E X P A N D E o MAESTRO aparece - Ele ÉS T U.

CORRE PÉ disse...
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CORRE PÉ disse...

A consciência é a voz da alma, as paixões são a voz do corpo, e a chuva não entristece euforias de alma.
Aos intelectuais não se deve deixar brincar com fósforos como dizia Jacques Prévert.
Um acidente vivido é finito. Um acidente lembrado é ilimitado.

Felicidade na Educação disse...

Pessoalmente o que me surpreende não é o homem visitar as 12 belas luas de Jupiter, o que me S U R P R E E N D E é haver humanidade (classe média incluída)a comer pesticidas, emulsionantes, mostarda com amido modificado, fármacos de toda a espécie, matinais e kitkats com soja OGM, clonados... e não relacionar com Alzheimer, Parkinson, doenças degenerativas, serial killers, freaks...