terça-feira, 7 de outubro de 2008

MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO

ÁGUIA NUMERO 1

O estórias aderiu ao MIL. A confraria da Liberdade ganhou um novo "espaço ", o espaço da língua, digo melhor, da nossa cultura, marcada pela Língua Portuguesa.


6 comentários:

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

AO ENCONTRO DA PÁTRIA

Escrevo este texto no dia 5 de Outubro, dia da República (e não esquecer também, o dia Mundial do Professor) e talvez por isso tudo o meu pensamento se dirija para as questões da “portugalidade” e da República (“coisa pública”). Tudo isto me transporta para o maior bem, quanto a mim o mais elevado de todos – a cultura, em particular, a cultura portuguesa.
Retiro daqui qualquer consideração política (embora tudo seja política, uma vez que tudo diz respeito à nossa vida na “polis”) e também penso que me deva abstrair de acepções eruditas de cultura, que para aqui nada interessam. Refiro-me à cultura como modo de vida, modo de estar e de ser que caracteriza um povo. Também não me interessa o povo no sentido lato, mas a “pessoa colectiva”, consolidada na Língua comum, que os nossos escritores muito bem souberam retratar e que melhor nos caracteriza. Desde Camões a Fernando Pessoa muitos foram os mensageiros dessa Pátria Linguística, comum, não esquecendo a noção de Império transmitida pelo Professor Agostinho da Silva. Interessa-me muito mais pensar na Cultura portuguesa como expressão de Lusofonia, do que como organização política.
Estou convicto de que em cada um de nós existe uma “pessoa” que está para além da nossa individualidade. A essa “pessoa” chamo Pátria. A nossa Pátria a que Fernando Pessoa chamou cultura, que se representa na Língua, a Língua portuguesa. É uma certa “mensagem interior” que nos caracteriza enquanto portugueses. Em vez da geografia, a nossa verdadeira bússola é aquilo que dizemos, a forma como dizemos as coisas. O nosso verdadeiro espaço de globalização não tem espaço físico determinado. Vai da Europa à Ásia passando pelas Américas, ancorando em África e um pouco por todo o lado. Onde se fala português habita a ”pessoa colectiva”, a pessoa comum, a nossa Pátria.

Luís Mourinha

MJC disse...

Que bom o teu texto, Mourinha.

Para além da razão/racionalidade (não discordo com nada do que afirmas), rendi-me à emoção que exala do teu texto.

Emoção - razão - alma.

Com coisas assim, ... crescemos.

Gostei muito do teu texto e do amor que o anima.

Sabe bem começar assim o dia.

Parabéns ! e um abraço !!

m.j.

Estudo Geral disse...

belas palavras. todas. ambos os textos. ir ao encontro da pátria, feita pessoa colectiva, só pode dar bons resultados. bons encontros, maravilhoso viver, finais felizes. por mim, faço todos os votos para que sim. também pressinto aqui a presença da alma. feita um rio de mel que escorre do peito. janela aberta por onde espreita o coração. um vislumbre de paraíso. a ilha dos amores. e já agora, o que é a alma?

a língua é minha pátria, e eu não tenho pátria, tenho mátria e quero frátria (aqui não leva acento, mas é só para respeitar o canto do caetano).

Luis Santos

MJC disse...

Bem, a propósito da alma...
(Ah que ninguém me peça definições ...)
poderia, então, pensar algumas coisas
em voz alta.

poderia, por exemplo, dizer que alma é tudo aquilo que partindo de nós (ou passando por nós)e que estando antes (e mesmo depois) de todos os pensamentos e raciocínios nos permite caminhar de determinada(s) maneira(s) e em determinado(s) sentido(s).

Será uma forma de entendimento profundo e, que cada um por si respeitará superiormente (?)pois permite interpretar - na fulgurância de um olhar - a qualidade subcutânea das coisas.

Permite-nos INTUIR.

Com a particularidade desse olhar nos emocionamos e vagueamos, ora sonhadores, ora pesarosos com o simples verso de um poema.

Um território que regista factos imemoriais e afectivos que nos torna únicos e irrepetíveis.

A alma é a pátria do individual embora muitos entrem - e colaborem - na sua construção/composição.

Bem, é claro que também poderá ser muitas outras coisas bastando, para tal, que sigamos outras formas de representação pictórica.

Acho que poderei concordar com o que acabo de escrever ...

abraços

m.j.

MJC disse...

Bem, a propósito da alma...
(Ah que ninguém me peça definições ...)
poderia, então, pensar algumas coisas
em voz alta.

poderia, por exemplo, dizer que alma é tudo aquilo que partindo de nós (ou passando por nós)e que estando antes (e mesmo depois) de todos os pensamentos e raciocínios nos permite caminhar de determinada(s) maneira(s) e em determinado(s) sentido(s).

Será uma forma de entendimento profundo e, que cada um por si respeitará superiormente (?)pois permite interpretar - na fulgurância de um olhar - a qualidade subcutânea das coisas.

Permite-nos INTUIR.

Com a particularidade desse olhar nos emocionamos e vagueamos, ora sonhadores, ora pesarosos com o simples verso de um poema.

Um território que regista factos imemoriais e afectivos que nos torna únicos e irrepetíveis.

A alma é a pátria do individual embora muitos entrem - e colaborem - na sua construção/composição.

Bem, é claro que também poderá ser muitas outras coisas bastando, para tal, que sigamos outras formas de representação pictórica.

Acho que poderei concordar com o que acabo de escrever ...

abraços

m.j.

Estudo Geral disse...

Luís,

Falar sobre o culto do corpo e da alma é complexo

Eu aceito o culto do corpo, desde que não seja obsessivo e degradante da «alma».Mas é necessário que se preze o corpo.

Mas então o que é a alma? Alma é um termo que deriva do latim anǐma, e refere-se ao princípio que dá movimento ao que é vivo. Filosóficamente alma é definida como distinta do corpo e que sobrevive à morte.Alma para mim são os nossos valores, os nossos princípios e os nossos sentimentos. Mas o culto desta é essencial. E se não cultivarmos temos alma?

Saudações,

Margarida

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Ufa! Finalmente uma resposta sobre a alma, esse tema tão difícil como delicado, mas que a Margarida tão bem soube interpretar. Eu perguntei pelas minhas dificuldades em falar do tema, mas por isso mesmo quis atrever-me. E, afinal, valeu a pena só para receber a resposta da Margarida tão objectiva, tão clara, tão simples.

Vou aceitar a resposta, sem mais, para responder à deixa da Margarida. Direi que a existência de alma é inerente a todos os corpos, mesmo sem a cultuarmos, mas dependerá dos nossos cultos (comportamentos) a forma que ela terá.

Saudações,
Luis Santos

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Camões explicou bem, o como cultuar a alma, quando cantou sua amada não mais entre os vivos : "alma minha gentil"...:


Camões - Alma minha gentil, que te partiste


Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.


Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste.


E se vires que pode merecer-te
Algua cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,


Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.(

(Soneto 48 - Segundo o manuscrito da VIII Década de Couto, foi ele inspirado pela rapariga oriental que naufragou com o Poeta na foz do Mécon, ali morrendo afogada.

Fonte: www.instituto-camoes.pt/escritores/camoes/soneto15.htm

(in, dialogos_lusofonos@yahoogrupos.com.br )