quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Cá está o MFI, de novo...

CORRE PÉ disse...

e porque não um debate sobre "o porquê da arte".

Nasceu por si? Criamo-la? Inventamo-la? etc.

19 comentários:

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Antes de responder a essa interrogação (até porque não sei a resposta), gostaria de parafrasear um Aforismo de Nietzsche, quando afirmava que a Arte era (é)a verdade da vida.A Arte é a representação da Vida e por isso és vida do que a própria vida.
Sei que esta afirmação é discutível. Mas não será a Arte a tentativa de dizer (expressar) tudo de uma só vez,numa tela, numa escultura ou partitura?
Se não é forma de comunicação, é pelo menos uma forma de expressão e/ ou transmissão de uma mensagem global!?

Luís Mourinha

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

RECTIFICAÇÃO DO COMENTÁRIO ANTERIOR

Antes de responder a essa interrogação (até porque não sei bem qual a resposta), gostaria de parafrasear um Aforismo de Nietzsche, quando afirmava que a Arte era (é)a verdade da vida.
A Arte é a representação da Vida e por isso é mais vida do que a própria vida.
Sei que esta afirmação é discutível. Mas não será a Arte a tentativa de dizer (expressar) tudo de uma só vez,numa tela, numa escultura ou partitura?
Se não é (apenas uma) forma de comunicação, é pelo menos uma forma de expressão e/ ou transmissão de uma mensagem global!?

Luís Mourinha

Estudo Geral disse...

Partindo do princípio que arte é criação, e que em relação a tudo na vida se pode ser artista, eu diria que, a forma suprema de arte é a maneira habilidosa com que nós moldamos a própria Vida. Depois disto, o que resta é a capacidade de interpretação... Ou será que não?

Luis Carlos

Felicidade na Educação disse...

Os artistas caminham à frente dos outros companheiros porque têm pela frente o constante desfraldar do devir.
Isto depende do desenvolvimento das qualidades do coração de cada um... e dos ambientes sociais.
As artes são refundações criticas dos processos de linguagem simbólica.
Revelam e assinam pessoas, grupos, épocas... interrogações, ocultações, superações e sínteses dos arquétipos dos universos.
Vão mais além da vida... e podem originar outras vidas... detectar o fabuloso inimaginável. Fazem bem.

CORRE PÉ disse...

Em relação à Arte ser a tentativa de dizer (expressar) tudo de uma só vez,numa tela, numa escultura ou partitura, peço desculpa caro Luis Mourinha, discordo.
No meu entender e segundo alguns artistas??? uma obra nunca está completa. Também penso que não revelam épocas, porque então qual é a arte certa para a época certa?
Concordo que vai mais além da vida.
E será que é a maneira que moldamos a própria vida, ou a vida é que molda a própria arte?

CIDE disse...

Precisamente, está incompleta por não conseguir dizer o que pretende dizer: TUDO!
Por ouro lado, a Arte tem o seu tempo, no sentido em que reflete o tempo em que é "produzida", por é o espelho do seu tempo. Embora, o artista esteja um passo à frente do seu tempo, porque antecipa o que está "para vir", a "arte tem tempo". O que se faz hoje é o resultado de um pensamento ou mentalidade dominante e dos recursos disponiveis. A Arte do Séc. XXI faz-se (também) com novas tecnologias, o que seria impossível no Séc. XIX.
Acrescente-se a isso, criatividade e antecipação e ai está a produção artistica, como a vanguarda do pensamento e da vida.

Luís Mourinha

CIDE disse...

Precisamente, está incompleta por não conseguir dizer o que pretende dizer: TUDO!Tudo em pouco espaço e tempo.
Por outro lado, a Arte tem o seu tempo, no sentido em que reflecte o tempo em que é "produzida", porque é o espelho do seu tempo. Embora, o artista esteja um passo à frente do seu tempo, porque antecipa o que está "para vir", a "arte tem tempo". O que se faz hoje é o resultado de um pensamento ou mentalidade dominante e dos recursos disponiveis. A Arte do Séc. XXI faz-se (também) com novas tecnologias, o que seria impossível no Séc. XIX.
Acrescente-se a isso, criatividade e antecipação e ai está a produção artistica, como a vanguarda do pensamento e da vida.

Luís Mourinha

Felicidade na Educação disse...

Nos Koans do Budismo Zen há muita graça e completude.

Nos Haikus do Japão tenho também encontrado o mais claro indiviso e sensação de cessação adrupta da ansiedade.

No cântico gregoriano e em Bach, Vivaldi e Mozart há muita eternidade... 'Never Ending Stories'.
Nos Quadros de Velasquez e na Pintura de Renoir - há algo que me leva muito longe daqui...

Os Vedas regressam-me a mim.

As vozes de Ana Moura, Vanessa da Mata, Monserrat, Massi, Joan Baez, Enya... e tantos outros são poemas na Refinaria dos Sentidos.

Estudo Geral disse...

Bem, corre pé, eu acho que são as duas que se moldam uma à outra. A vida molda a arte, a arte molda a vida. E eu não disse o contrário... Talvez tenha dito que a capacidade de criar é intrínseca aos humanóides, ou seja, somos todos artistas. E até há casos, creio, em que ela é extrínseca. E vejam só o palavrão, têm com cada uma estes extrínsecos...

Felicidade na Educação disse...

A VIDA E A ARTE SÃO MANIFESTAÇÃO ESPECÍFICA DO MESMO INDIZÍVEL INTRÍNSECO.

philos disse...

Segundo parece artistas há muitos e nas mais variadíssimas vertentes.
Mas, o que é a arte?
Na minha opinião um pouco de tudo o que já foi aqui dito. Essa inquietação/interrogação, que se saiba, nasceu com Platão e até hoje, os filósofos não param de se interrogar. E não só os filósofos, mas também muitos outros, se questionam sobre esta temática. O que é a arte, para que serve, o que expressa...
Diria que expressa aprendizagens de variadas naturezas, muito essencialmente na vertente, onde se encerram os sentimentos.
Bom... Já disse baboseiras que chegue.

Fiquem bem.

Teresa.

MJC disse...

Será que para criar é preciso saber estas coisas todas ???
Será que quem cria pensa primeiro :
"agora vou fazer arte?", ou "será que o que faço é arte ?"...
o que é que isso importa ???! Façam! Façamos ! Criem ! Criemos !
Desculpem, cada um diz o que quer e eu respeito e peço, se possível, respeitem também este meu mal-estar.
P'ra quê tanta cátedra ? P'ra quê tanta reflexão "esotérica" antes de qualquer acção ?
Quando uma criança aprende a andar quer ir p'ra onde ?

"Águas das fontes calai,
oh ribeiras chorai,
que eu não volto a cantar."

Não levem a mal mas ... não acham um certo cheiro a naftalina ?

povo,
gente,
somos.

abraços

A.Tapadinhas disse...

Não se dêem ao trabalho de procurar quem escreveu o pensamento que se segue, porque o inventei ao ler as palavras de M.João (serei um artista?:).
Ser artista é fácil: é só fazer...
Ser crítico é difícil: é preciso ter Arte...
Abraços.
António

Estudo Geral disse...

Foi com imenso prazer que li esta assumpção do Tapadinhas, que senti a forma gratificante com que o Zeca dinamizou a troca de ideias e que prescuto o bater do coração de todos através destas, mais ou menos melodiosa troca de palavras.

Parece-me que este é um espaço de con-versa e de partilha. Lugar de troca de palavras entre amigos. É reconfortante, na solidão dos dias.

O que se pode criar mais, ou menos, para diminuir o mal-estar? Uma boa interrogação sem dúvida.

CIDE disse...

Philos, penso que sim, a Arte tem esa vertente: interrogação e inquetação.
Pra além da vertente comunicativa e expressiva, há também (penso eu)a componente interventiva, que passa pela interrogação da realidade.

Luís Mourinha

P.S. Philos tentei entrar no seu Blog, mas não se consegue. Pede códigos e não funciona.
Outra coisa: esse nome tem algo a ver com o gosto pela Filosofia?
Sabe que a Filosofia tem uma área específica que faz a reflexão sobre a Arte: a Estética. Poderiamos falar sobre isso, porque também sou a amante da filosofia.

philos disse...

Luis M.

Curiosamente ainda ontem alguém me disse que de repente se viu rodeado por filósofos e parece-me que eu vou pelo mesmo caminho. Não se alarmem não é mau, pelo contrário, apenas achei curioso. Mas, não "embarquem em todas", senão ainda acabam a estudar no cemitério!

Quanto ao meu "blog" este de momento não existe em termos de escrita efectiva. Gosto mais de escrever em papel, para amarfanhar e mandar para o lixo quando me apetece. Não tenha pena, não perde muito, não escrevo grande coisa.

Quanto a "Philos" curiosamente alguém me fez ontem a mesmíssima pergunta. Bem, mas adiante. A meu ver Philos representa o Amor na variante mais vocacionada à Amizade. O chamado amor/amigo, onde os valores da amizade são preponderantes.

Uma das unidades curriculares (como são agora designadas as disciplinas) mais apelativa para mim foi a Filosofia. Tenho esta maldita mania de pensar sobre as coisas, de as questionar, se perceber porque são "assim" e não "assado". Às vezes reconheço que vou um bocado "à frente". Tenho um colega e amigo que diz que sou hiper-activa, já quase levou com uma chávena na cabeça!

Quanto a conversarmos podemos fazê-lo quando quiser, muito embora ache que já o estamos a fazer agora. A troca de ideias é sempre importante e enriquecedora.

Fique bem.

Teresa.

CORRE PÉ disse...

E será que a ARTE não é dos que sentem e não dos que criam, criticam, etc?

Estudo Geral disse...

"(...)A directora do Museu fala das estatuetas de santos católicos que revelam o maravilhoso dom de interpretação escultórica de anónimos santeiros baianos. A senhora de branco fala que o anonimato é o verdadeiro esplendor da arte. Comove-a pensar nos artistas que despendiam meses, às vezes anos, a criar estas peças belíssimas só pela alegria de as conceberem, sem as utilizarem como espelhos de ampliação de si mesmos.
- Utilizavam a arte como uma escada de acesso ao céu. O sucesso era então uma melodia celeste."

in, PEDROSA, Inês (2007) A Eternidade e o Desejo. Lisboa: Ed. D. Quixote.

ESTÓRIAS DE ALHOS VEDROS disse...

Há uma nova proposta de debate em espera. Querem mais ou vamos à próxima?

Nota: O silêncio é consentâneo com a vontade da edição.