sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Exagero ou Realidade!?


O Relatório do SEDES põe o dedo na ferida.

A ferida já infectou!?

Estamos doentes!?

Afinal, o que se passa?

Exagero ou realidade?


Quem são os responsáveis pela crise deste país?

14 comentários:

Estudo Geral disse...

À SEDES:

Fui confrontado com a vossa Tomada de Posição pública, datada de 21 de Fevereiro de 2008, alertando para o mal-estar difuso na nossa sociedade e para os perigos de degradação da qualidade da vida cívica.

A sua leitura na íntegra merece-me os seguintes reparos:

1.º - não há um mal-estar difuso na sociedade portuguesa, há sim um mal-estar bem real e visível;

2.º - fala-se no vosso comunicado do relativismo moral, em que tudo vale e é justificado, por contraponto ao único limite dos comportamentos sociais e individuais que seria a lei;

É um facto bem real, ilustrado pela proliferação de casos de total falta de vergonha por parte de respeitáveis personalidades da nossa vida pública, que pedem os sacrifícios aos outros, aos mais fracos, mas reservam para si benesses e mordomias injustificadas e incompreensíveis;

Um bom exemplo e outros deploráveis:

O nosso Presidente da República tem um vencimento 3 vezes inferior ao do Presidente dos EUA. Nada de estranhar, se comparar-mos o nível de riqueza e a dimensão dos dois países.

O nosso governador do Banco de Portugal ganha 3 vezes mais que o seu homólogo norte-americano, Presidente da Reserva Federal, Sr. Bernanke. Incompreensível, eticamente imoral e para além das nossas possibilidades económicas.

O Presidente da Estradas de Portugal ganha 30 vezes mais do que um funcionário médio da mesma empresa. Incompreensível, eticamente imoral e destrutivo da coesão social.

Um ex-vice-governador do Banco de Portugal, o Prof. Doutor Luís Campos e Cunha, por ter desempenhado esse cargo durante apenas 2 anos, recebe vitaliciamente uma pensão de 1500€/mês. Entretanto retomou a sua carreira profissional normal como professor universitário. Incompreensível, eticamente imoral e para além das nossas possibilidades económicas e destrutivo da coesão social.

O Dr. Paulo Teixeira Pinto, por ter presidido ao BCP durante cerca de 3 anos, demitiu-se e obteve uma indemnização de 10 milhões de euros e uma pensão vitalícia de 3500€/mês. Incompreensível, eticamente imoral, para além das nossas possibilidades económicas e destrutivo da coesão social.

O Eng. Jorge Vasconcelos, por se ter demitido por iniciativa própria de Presidente da ERSE, receberá durante 2 anos 12 000€/mês. Entretanto retomou a sua carreira normal de gestor. Incompreensível, eticamente imoral, para além das nossas possibilidades económicas e destrutivo da coesão social.

Etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc. etc.

Senhores da SEDES:
as razões para o «mal-estar difuso na nossa sociedade e para os perigos de degradação da qualidade da vida cívica», como referem no vosso comunicado, são os exemplos que vos indico e, especialmente, a lista infinita de etc. que representam tantos, tantos outros casos de falta de pudor e de vergonha, que nos deviam envergonhar a todos.

Comecemos a higienização por nós.

Que moral tem para assinar o vosso comunicado uma pessoa que tais exemplos dá aos outros?

Cordialmente

Manuel Henrique Figueira

B. I. n.º 375215, cidadão com os impostos em dia, não implicado em actividades ilícitas e não beneficiário de proventos imorais.

CIDE disse...

Há uns meses numa conversa informal em casa de um amigo, dizia-me ele: "isso é irrelevante".
Queria ele dizer que esses salários GENEROSOS eram pouco importantes para o esforço do País.

IRRELEVENTES?
Por amor de Deus e das Finanças!
Irrelevantes, quando o povo está a ser sacrificado.
Mesmo que seja irrelevante tanta reforma vitalícia, é pelo menos IMORAL, triste e sintoma do estado em que as coisas se encontram.

A SEDES fez o diagnóstico. De forma eufemistica e suave.
Mas... quer dizer, isto está mesmo a bater no fundo!

Vargas P.

A.Tapadinhas disse...

Quem são os responsáveis pela crise deste blogue?
Pergunto e respondo:
eu sou um deles...
António Tapadinhas

Estudo Geral disse...

De acordo, amigo António. A participação das forças implicadas, interrogativas ou não, não tem sido muito substancial.

Em relação a esta proposta de debate, a participação não é fácil porque pressupõe o conhecimento do relatório da SEDES que, provavelmente, muitos de nós não leram, e se o leram, logo o remeteram para segundo plano. O relatório da SEDES, a meu ver, até constitui um bom motivo de troca de ideias, mas vale o que vale e, porventura, outras notícias da actualidade, ou não, passaram-lhe à frente.

Sobre o MFI, parece que têm ocorrido algumas conversas nos corredores dos centros de decisão, sugerindo que se façam algumas edições no You Tube (publicação de pequenos filmes?), que se comece a pensar na edição de alguma poesia (tipo edição do autor?), que se comecem a organizar alguns cursos temáticos (mais ou menos, à semelhança do que se está a fazer na Associação Agostinho da Silva), e mais agora não se dirá porque não vem à memória, mas logo voltaremos.

A sugestão musical para hoje, vem do "The Wall", Pink Floyd, e a música é "Is anybody out there?", isto para não dizerem que só acreditamos nos valores nacionais.

Mil Abraços,
Luis Carlos.

Felicidade na Educação disse...

Aquilo que os portugueses precisam é de uma pausa para reflexão na sua correria para a dependência da UE (materialismo)e para a gestão do sonho da sua articulação com os PALOPs.
Aquilo que os portugueses precisam é de ir além da língua (lei social localizada)e conhecer o alfabeto dos sons - lei natural - se possível também, reconhecer o espaço-tempo em que se encontram - a liderança que vem aí está na descendência de D. Duarte. Entretanto 'teremos' de a merecer com humildade e exigência, não com a arrogância e desprezismo em que a 'Democracia p'rós amigos' nos desecanta, pela falta de nobreza na vida pública.
O tempo colectivo é de ressaca do 25 de Abril, mas também é o tempo do despertar para a responsabilidade social - até para isto, sem alicerces espirituais profundos não encontro solução de continuidade, então a resposta poderá passar pela ruptura da coesão social que ainda nos resta.

Felicidade na Educação disse...

Quantas pessoas se dão ao luxo de ligar ao relatório da SEDES?

Depois... mesmo que isso as sensibilize, quantas pessoas podem fazer inflectir as tendências conservadoras da mediocridade do g e r a l?
No registo do problema não há sinal do seu antídoto.

É preciso ir além do problema para o resolver.

Não há regeneração no sistema - só fora dele (mesmo para bem dele).
E quantos relatórios mais... estamos à espera de ler para termos como nação (velha ou nova)-uma simples mudança comporta-MENTAL em relação à vida?

Nação de pais e filhos que gritam boçalidades a torto e a direito, infectados pelos media dos EUA... como expoentes de liberdade de expressão... pior do que nos ghettos.

Por exemplo... deixarmos de ser servis em relação aos nossos senhores donos da pátria da república e da democracia? Alegres e Companhia... Todos, e vê-los como gente que se deixa corromper como qualquer pobre diabo economicista.

Ser livre é mais do que uma expressão de intenções. O medo economicista cruza-se connosco e aí sim... fermenta um sintoma agónico bem democrático do nosso tempo.

O medo de se SER pre-existe.

Antes de se Ser português para ombrear com os nossos egrégios avós, temos de ser nós próprios, quer dizer limpos.

Não vejo outra saída, com uma preciosa ajuda da EDUCAÇÃO BASEADA NA CONSCIÊNCIA de que tenho vindo a falar... como quem clama num imenso d e s e r t o.

EDUARDO ESPÍRITO SANTO

MJC disse...

Amigo Eduardo podes crer que há quem te ouça. E com atenção, acredita.
Estas coisas levam tempo.
Se se for semeando é legítimo esperar que as searas possam ama-durar. O Sol sempre acaba doirando a espiga. Abraços (p'ra todos) e ... quando é que a malta se encontra outra vez ?

m. joão

MJC disse...

Amigo Eduardo podes crer que há quem te ouça. E com atenção, acredita.
Estas coisas levam tempo.
Se se for semeando é legítimo esperar que as searas possam ama-durar. O Sol sempre acaba doirando a espiga. Abraços (p'ra todos) e ... quando é que a malta se encontra outra vez ?

m. joão

Estudo Geral disse...

Amigo Eduardo alguns comentários:
1) "Aquilo que os portugueses precisam é de ir além da língua (lei social localizada)e conhecer o alfabeto dos sons..."

Ir além da língua conhecer o alfabeto dos sons, sim, mas através da Língua. De momento não estou interessado em trocá-la por outra e, creio, que está longe o momento de a emudecer.

2) "...a liderança que vem aí está na descendência de D. Duarte"

??? Espero que venha acompanhada por um Conselho de Sábios. Mas o que é um sábio? Será que se pode conhecê-lo através da avaliação do desempenho?...

3) "...a resposta poderá passar pela ruptura da coesão social".

Será que é um conceito aconselhável a pacifistas?

4) "Ser livre é mais do que uma expressão de intenções..."

O tal ser livre que também integra "o não ser livre"?

5) "...EDUCAÇÃO BASEADA NA CONSCIÊNCIA..."

Cuidado com os etnocentrismos.

Amigo Manuel João:
talvez sejas tu agora
o secretário da reunião.

Luis Santos

Felicidade na Educação disse...

Amigo Luís,

Quando me refiro aos portugueses não me refiro senão aos seus guias espirituais.

O alfabeto dos sons é a Música das Esferas, ou numa linguagem científica,- as rotações da consciência a partir do Silêncio Dinâmico do Campo Unificado.
O alfabeto dos sons é universal e ninguém o detém, nem é sequer uma linguagem social. Não serve para comunicar. É algo de cósmico.
... servirá para dar luz à velha Torre de Babel, no sentido de governar o mundo sem que o mundo disso se aperceba.

É preciso sabedoria para se (re)conhecer um sábio. É como no futebol, é preciso conhecer um pouco das suas artes para o apreciarmos.
No entanto, eles, os sábios estão a regressar a Portugal e a todos os países também, sem dúvida.

Sou pacifista mas reconheço que o nosso país pode aravessar períodos de grande dificuldade senão inflectir a sua rota. Basta perceber a agressividade verbal em que se está, para não falar da criminalidade.
Sou libertário logo não-liberal, (a maior expressão de liberdade vai além da liberdade que o dinheiro e o prestígio actualmente concedem). A liberdade também deve incluir a de sobretudo obedecer à Beleza.
A liberdade que defendo é a da criatividade, coisa que num país em luta pela subsistência diária é quase uma quimera... menos para os poetas e talvez por isso ainda mais quimérica o é, porque só intencional.

O real abrange o seu contrário. O inverso disto não dá o mesmo. Esse o errro dos sofistas e fariseus, hoje do relativismo.
Mas nesta ampla abrangência ninguém se anula, talvez se trans-forme e ganhe cor-agem de SER.
Educação Baseada na Consciência é além de outras coisas aperceber o Silêncio infinito e eterno comum a todas as línguas vernáculas.

Um abraço do Eduardo Espírito Santo

Felicidade na Educação disse...

Já agora para que não haja mal-entendidos:
- Todas as nações têm os seus guias espirituais, o que difere de guias religiosos; quando digo espiritual é no sentido do mais sofisticado no pensamento, na arte e na ciência de uma nação.

Estudo Geral disse...

Meu querido amigo, encontro nas tuas palavras muita beleza e musicalidade, como sempre.

Talvez também por isso tenhamos conseguido contornar as adversidades e construir esta linda e secular amizade de que muito nos orgulhamos

Até nestas coisas da Amizade é bom silenciarmos para melhor escutar a música das esferas, sem dúvida. E como é difícil para nós, os comuns, lá chegar.

Por isso o Conselho de Sábios que muito ajudaria para se definirem prioridades. Com uma melhor administração e organização, com certeza, chegaríamos longe.

Claro que para Eles isso não terá, por assim dizer, uma importância decisiva Mas para nós, os outros, parece-me fundamental.

Por isso concluimos dizendo que, com os outros, todo o cuidado é pouco.

mais Mil Abraços,
Luis Santos.

Estudo Geral disse...

E já agora, quando digo que com os outros todo o cuidado é pouco, refiro-me a pessoas, línguas e países.

Não vejo a Língua (5º Império, etc.) como um fim em si. Antes vejo-os como um meio que sirva a todos.

Daí a tradução imperial Agostiniana. Império, sim, mas de amor e de serviço.

Para tudo isso, em nosso limitado entender, a função da Língua no desenrolar dos processos é fundamental.

Mas cada um deverá escolher a Língua que mais lhe convém e não vejo que, por aí, venha mal algum ao mundo.

Estudo Geral disse...

Ou será que vem?