quarta-feira, 30 de abril de 2008

A Festa do Espírito Santo

Tradição que vem de longe e chegou a diversas latitudes :A Festa do Espírito Santo

“Assim como os três reis magos
Que seguiram a estrela-guia
A Bandeira segue em frente
Atrás de melhores dias, ai, ai...”
(“Bandeira do Divino”, Ivan Lins)

Em 1283, a rainha Santa Isabel fundou, em Alenquer (Portugal continental), uma albergaria e deu inicio à construção de uma igreja com a invocação do Espírito Santo. Alguns historiador defendem que foi em Alenquer, que tiveram início as Festas do Espírito Santo- As Festas Imperiais em louvor do “Divino Espírito Santo”, se expandiram por todo o reino, atingindo o apogeu nos séculos XIV a XVI, e em todas as povoações da rainha santa, como Alenquer, Leiria, Porto de Mós, Óbidos, Torres Novas e Sintra, Batalha realizavam-se e realizam-se com esplendor. E estas festas também chegaram ao Brasil, África, Índia, Canadá e Estados Unidos.

No entanto,atualmente, as Festas do Espírito Santo são mais relevantes nos Açores ,caractererizando a vida dos ilhéus, porque ajudam a desenvolver o sentido de comunidade, próprio da cultura das ilhas. Os emigrantes e seus familiares, na América do Norte e em Portugal, costumam regressar ás ilhas para a celebrarem a data.

É que segundo o filósofo luso-brasileiro, Agostinho da Silva, o povo açoriano é portador de uma mensagem de paz e de fraternidade que levou, e continua levando, para o mundo inteiro, numa missão de anúncio da nova era para a humanidade. Essa missão e esse anúncio constituem uma parte fundamental das Festas do Divino Espírito Santo, e no desempenho dessa viagem de mistério as Festas chegaram à Ilha de Santa Catarina e em mais de dois séculos se estenderam por todo o litoral do Sul do Brasil.

Mas a crença no Espírito Santo, no Brasil, é reconhecida como um dos principais focos das formas de religiosidade popular do Centro-Oeste, contrariamente ao que acontece no Nordeste e Sudeste do país, onde outros santos padroeiros, como os juninos, ocupam o lugar que no Brasil Central se destina ao Divino. Diz-se ainda que a festa está intimamente ligada ao período da mineração de ouro e se conservou especialmente nas velhas cidades goianas do século XVIII, sendo rara e pouco solene nas cidades que foram fundadas depois do ciclo do ouro.

A festa do Divino Espírito Santo é típica em muitas regiões brasileiras, como no Maranhão, onde os festejos fazem parte da cultura popular, destacando-se como um dos mais importantes, por sua ampla difusão e pelo impacto que tem sobre a população. Hoje, existem dezenas de festas do Divino espalhadas por todo o Estado, levando adiante uma tradição viva e dinâmica, em que se destaca a beleza do repertório musical.

Termino com a notícia do C O N V E N T O S O N H O/ A S S O C I A Ç Ã O A G O S T I N H O D A S I L V A, que realiza no dia 11 de maio próximo, a XVIII Festa do Espírito Santo, no Convento da Arrábida (Portugal), cerimônia que decorre dentro do espírito do ecumenismo integral, diálogo e comunhão A programação inclui a leitura de textos de: Agostinho da Silva, sobre o Culto do Espírito Santo; Dalila Pereira da Costa; Padre António Vieira. E no momento da coroação das crianças, evocação e música :cânticos com trovas para o Menino Imperador, de António Quadros; o Divino Espírito Santo com quadras de Agostinho da Silva. A quem se interessar por mais informações, o listeiro do diálogos_lusófonos, Luís Santos, certamente pode dizer algo mais.

Um abraço, Margarida

Pesquisámos a Festa do Espírito Santo nos seguintes endereços
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festas_do_Esp%C3%ADrito_Santo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Festa_do_Esp%C3%ADrito_Santo_no_Maranh%C3%A3o
http://www.aguaforte.com/antropologia/festaabrasileira/AFestadoDivino.html
http://www.jornalalenquer.com/noticia.asp?idEdicao=51&id=2761&idSeccao=634&Action=noticia
http://www.agecom.ufsc.br/index.php?secao=arq&id=3871

sábado, 26 de abril de 2008

FESTA DA MULTICULTURALIDADE


Laços e traços da lusofonia, momentos de interculturalidade.
Festa da Multiculturalidade em Santo António, Barreiro, dia 7, 8 e 9 de Maio 2008.

(Clicar na Imagem)

quarta-feira, 23 de abril de 2008

O povo por aqui está com o MFI



É preciso muito cuidado com o que se diz na frente das crianças. Será?
E será que alguma vez na vida deixamos de ser crianças? Então não dizem que devemos conservar em nós a criança que um dia fomos?

Luis Carlos.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Um Choro que Lava





UM CHORO QUE LAVA

Acabaram-se as antigas artes e ofícios da minha “terra velha” (1) de séculos. Com o seu fim, alteraram-se os ritmos, metamorfoseou-se a secular vila numa outra coisa, mais pele – apenas aflorando o sangue – menos alma. A maior parte das pessoas já se nem conhecem.

Ainda me lembro do pessoal do mar (aqui apenas rio), fragateiros, pessoal da faina. Os salineiros e corticeiros, um cais feito porto e o movimento ininterrupto das galeras carreando cortiça para as fragatas, botes e varinos que do rio faziam estrada para a Europa via Lisboa. Lembro-me do frenesim azulado das batas das operárias têxteis que, sob o signo das buzinas, ora acalmavam ora fervilhavam pelas ruas, numa azáfama de não sei quê mas para que haveria razões.

Lembro-me de um pulsar e de uma eterna combustão.

Fecharam as fábricas.

Da velha faina do rio ficaram-me recordações e o gosto pelos caminhos que a ele levam. Os caminhos que levam à minha praia de gaiato – gaiato que não menino pois que meninos eram os outros – estão sujos e violados, transformados em lixeiras.
Muralhas destruídas, lodos infectados por alguidares de plástico e jerricans naftados, caminhos interrompidos por carradas de entulho, máquinas de lavar, frigoríficos e outras preciosidades afins.

Regresso assim àquele lugar cá dentro, bem cá dentro (ou será fora?), em que tudo é escuro e onde se não regista qualquer actividade mental numa ausência total de pensamento ou raciocínio.

Aquieta-se então a alma - e tudo - nessa ausência de si, ecrã vazio da consciência.
Não há emanações, não há sentir(es).
Que se pode amar aí?
Nada.
Um (O) nada que é uniforme de (in)vontade.
Uma espécie de vácuo ou vazio onde, contudo, algo se liberta da escória que carrega. Será o mim ?
Será quem ou o quê ?

E, contudo, não há esquecimento quando se regressa ao estado do ser. Retorna-se no grito das aves do mar – o que de puro sobressai da imundície -, a mão que se oferece para o regresso.
Lentamente, num ápice, se recupera o esqueleto do que mais consistentemente se é, alicerce de músculos e razão. Torna, assim, a pulsar o que impele o ser. Pulsa, o coração, pulsa.

E o que ficou na travessia, retido no purgatório do existir, impele no sentido de venturas visionadas no clarão que alumia o peregrinar, e continua a demanda de outros cheiros, outros olhares, outras maneiras de estar.

Ainda os flamingos se não foram e já chegaram as andorinhas.


(1)– Alusão a um poema do amigo Luis Carlos com este título.

. Do livro “Peregrinando” de M. J. Croca (no prelo), a publicar brevemente



segunda-feira, 14 de abril de 2008

O AMOR E A AMIZADE



Fiz a um amigo a seguinte pergunta:

Não conheço Deus, mas amo-o.
Conheço o meu amigo, e amo-o.
Qual é a maior prova de amor?

No fundo, saber se é mais fácil amar e lutar por um ideal, ou amar e lutar por quem ou aquilo que conhecemos, com suas qualidades e defeitos.

Têm respostas? Espero que o Zeca ajude...

domingo, 13 de abril de 2008

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Alhos Vedros: Uma Vila com História


de El Rei D. João I a Afonso de Albuquerque, Governador da Índia

“É conhecida e muitas vezes citada a estadia de D. João I em Alhos Vedros, em 1415, pouco tempo antes da expedição a Ceuta. Segundo a “Crónica da Tomada de Ceuta” (de Gomes Eanes de Zurara), o rei de Boa Memória estava em Alhos Vedros, refugiado da peste que vitimaria sua mulher D. Filipa de Lencastre. Com ele estava o seu filho D. Afonso, conde de Barcelos.
(…)
Sabe-se que, por esse tempo, o senhor de Alhos Vedros era Gonçalo Lourenço de Gomide, que veio a falecer em 1422 e foi sepultado no Convento da Graça, em Lisboa, onde ainda se conserva o seu túmulo. De facto, o Convento da Graça tinha muitos bens em Alhos Vedros, os quais integravam a chamada Quinta da Graça.
(…)
Esse fidalgo (Gonçalo Lourenço) legou o senhorio de Alhos Vedros ao seu filho João Gonçalves de Gomide, o qual viria a ter um destino trágico. Tinha casado com D. Leonor de Albuquerque, mas cerca de 1437, num acto de loucura, matou a mulher e acabou por ser condenado à morte por degolação.
Os bens de João Gonçalves passaram para a coroa e os filhos não quiseram usar mais o nome do pai e obtiveram autorização régia para usar o apelido Albuquerque.
(…)
Um dos filhos de João Gonçalves, de nome Gonçalo de Albuquerque (que ficou com os direitos de Alhos Vedros) foi conselheiro de (rei) D. Afonso V e senhor de Vila Verde, tal como seu pai e avô, veio a casar com D. Leonor de Meneses. Deste casamento houve três filhos varões: Fernão, Luís e Afonso de Albuquerque (1462?-1515), o conhecido governador da Índia, e uma filha: Isabel de Albuquerque.
(…)
Como administrador dos bens, Afonso de Albuquerque deixou o seu filho natural Brás de Albuquerque que legitimou. Mas num 2º testamento, feito em 1515, passou para primeiro lugar na administração do vínculo D. Isabel de Albuquerque, sua irmã.
Afonso de Albuquerque faleceu nesse ano de 1515 e foi sepultado na capela do Convento da Graça, mas anos mais tarde o seu filho Brás levou as ossadas do pai para a Quinta da Bacalhoa, em Azeitão.
Os Albuquerques continuaram na posse de significativos bens em Alhos Vedros(…)."

VARGAS, José Manuel (2007) Aspectos da História de Alhos Vedros (Séculos XIV a XVI). Edição Junta de Freguesia de Alhos Vedros.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

MFI - a eternidade em debate

"...ainda e sempre a Eternidade. Até acabo por achar que lhe somos muito deficitários e que, sem dúvida, a devíamos eleger como a razão primeira da nossa busca de conhecimento por cá, coisa que a política moderna e a ciência não têm conseguido discernir."

a frase é do Luis Santos
(em resposta, a um comentário do António Tapadinhas no "Passar o Azul")

- Será que vos merece a ideia de eternidade algum comentário?

Estórias de Alhos Vedros


O céu de Alhos Vedros numa manhã de Sábado. O "fumo branco" que risca o céu saído sabe-se lá donde. A tasca do peixe assado, bom e barato, dizem. A casa amarela. O palacete azul do Julião Alvarez. A tasca que um dia pegou fogo e jaz em ruína. Os fios eléctricos, o candeeiro e a antena da TV. Umas nuvenzitas que mancham o céu de um suave branco. E por cima do cabo eléctrico um azul infinito que se adivinha.

Prospecto MIL